Folha de S. Paulo


Senadores do PT pedem ajuda a Cardozo para agilizar pedido de prisão domiciliar de Genoino

Logo depois de passarem parte da manhã com os petistas presos pelo mensalão, três senadores do PT fizeram um apelo ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) nesta quinta-feira (21).

Eles querem que o governo solicite mais agilidade ao STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao pedidos dos condenados, em especial o de prisão domiciliar de José Genoino que, segundo os senadores, corre risco de morte.

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Cardozo, que participava de uma audiência na Comissão de Agricultura do Senado para falar sobre conflitos em terras indígenas, não respondeu aos apelos dos colegas de partido nem durante nem depois da reunião. "Não vou entrar nesse assunto agora, vim só tratar de índio aqui", disse o ministro aos jornalistas.

O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), demonstrou muita preocupação em relação à saúde de Genoino. Disse que na manhã desta quinta ele continuava com sangue na saliva, estava com a pressão alta e apresentava dificuldade para respirar. "Nesse caso pode ter pena de morte. A pena dele não é essa, é de oito anos em regime semiaberto", disse.

Os petistas querem que o ministro da Justiça e também o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, que conversem com o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, sobre o caso dos condenados pelo mensalão que estão cumprindo pena em regime fechado, apesar de terem sido condenados ao semiaberto.

"Vamos fazer nossa parte aqui pelo Congresso Nacional. Para evitar uma situação pior, é preciso que todos tenhamos a firmeza de que o Supremo possa agilizar o julgamento do pedido para que o devido tratamento possa ser dado, que ele cumpra sua pena da forma adequada. Não estamos pedindo uma vírgula a mais do que manda a lei", disse Dias.

Para o senador José Pimentel (PT-CE), o presidente do Supremo tomou medidas que dificultam a defesa e extrapolam o bom senso, como a apresentação dos condenados quatro horas antes dos mandados de prisão terem chegado à Polícia Federal. "Não queremos nenhum tratamento diferenciado, queremos que as normas legais aplicadas aos outros valham aos presos do PT", disse, destacando que Genoino "corre risco de morte" conforme indicam os laudos médicos.

Também preocupado com a condição do ex-presidente do PT, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que a decisão sobre a prisão domiciliar do petista deve ser tomada o quanto antes porque o estado de saúde dele é precário. Genoino divide a cela com o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e Jacinto Lamas. Nesta quinta, os petistas se reuniram numa antessala do presídio da Papuda.

FUGITIVO

Apesar de Cardozo não ter falado sobre o que o governo ou o Ministério da Justiça pode fazer em relação aos presos, o ministro disse que a Polícia Federal está atuando em parceria com Interpol para apurar a fuga e tomar providências em relação a Henrique Pizzolato, também condenado pelo mensalão.

"Há um rito processual sobre o processo de extradição, é nessa perspectiva que estamos dialogando com o STF e o Ministério Público. Precisamos localizá-lo, saber seu paradeiro, tomar uma série de providências preliminares para que qualquer pedido seja feito", disse Cardozo. Questionado se Pizzolato, que tem cidadania brasileira e italiana, está na Itália, o ministro se limitou a dizer: "Está sendo apurado".


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