Folha de S. Paulo


Dilma evita falar do mensalão e diz que tem 'preocupação humanitária' por Genoino

Em sua primeira entrevista desde a prisão de parte dos réus do mensalão, entre eles José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (20) que se preocupa com a saúde de Genoino.

"Eu manifestei de fato uma grande preocupação humanitária em relação à saúde do deputado federal José Genoino. Fiz porque sei as condições de saúde dele. Eu sei as condições de saúde dele. Ele teve uma doença muito grave no coração e toma anticoagulante", disse a presidente em entrevista a duas rádios locais de Campinas (a 93 km de São Paulo).

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Laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a saúde do ex-presidente do PT concluiu" que Genoino é paciente com doença grave, crônica e agudizada, que necessita de cuidados específicos, medicamentosos e gerais.

Dilma disse se preocupar com a doença do petista por ter uma relação pessoal com a família dele. "Estive encarcerada com a mulher do Genoino [Ryoko Kayano] durante o período da ditadura militar. Manifestei minha preocupação com a doença dele em caráter estritamente pessoal."

Ela, no entanto, evitou comentar a decisão de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão de companheiros do partido.

"Enquanto eu for presidente, não farei observações, críticas ou análises sobre decisões da suprema corte do nosso país", disse Dilma. "Mas isso não significa que eu não tenho as minhas convicções."

Dilma afirmou que estaria desrespeitando a Constituição caso comentasse a decisão do Supremo e que sua atitude é "uma questão de respeito e convivência harmônica" com o Poder Judiciário. "Mas isso não me impede de fazer colocações pessoais", afirmou, se referindo a Genoino.

ENTREVISTA

Há alguns meses, a presidente passou a adotar a estratégia de conceder entrevistas exclusivas a rádios locais de cidades que visita. Nesta terça-feira (19), ela foi a Campinas participar da abertura do 14º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), evento que comemorou os 50 anos da entidade. Na saída, evitou falar com os jornalistas.

Na tentativa de se desvencilhar das críticas ao seu estilo "intervencionista" e à política econômica do governo federal, Dilma afirmou no discurso de abertura do congresso que não é inimiga da iniciativa privada. "Não há oposição entre governo e empresários", disse.

Além do mensalão, ela falou às rádios Central AM e Rede do Bem FM, na manhã desta quarta, sobre segurança pública, saúde e questões econômicas voltadas a micro e pequenas empresas.


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