Folha de S. Paulo


Ex-diretor do Banco do Brasil fugiu pelo Paraguai para ir à Itália

A Polícia Federal informou à Folha neste sábado (16) que a fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato aconteceu por Ponta Porã (MS) para a cidade paraguaia Pedro Juan Caballero e, de lá, Assunção.

Como ele estava sem os dois passaportes (apreendidos pelo STF ano passado) pode ter ido à embaixada da Itália em Assunção e obtido segunda via do passaporte italiano. Basta dizer que havia perdido o dele.

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Michel Filho - 17.dez.2012/Agência O Globo
Henrique Pizzolato (centro) durante debate de sindicato em São Paulo no final do ano passado
Henrique Pizzolato (centro) durante debate de sindicato em São Paulo no final do ano passado

Para atravessar esse ponto da fronteira não é necessário se identificar --pode-se inclusive atravessar a pé. Não faltam ruas ligando as duas cidades.

A Interpol já disparou o que chamam de "difusão vermelha". Equivale a máxima urgência para localização de foragido da Justiça brasileira.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por envolvimento no esquema do mensalão. Ele foi o único dos 12 condenados no caso que tiveram prisão decretada que não se entregou.

COBERTURA

Amigo de Pizzolato, Alexandre Teixeira contou que "já há alguns anos ele não tem condições financeiras de manter o apartamento sozinho".

Ele se referia à cobertura que fica no edifício número 46 da Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, zona sul do Rio. Pizzolato dividia as despesas da residência com um casal de amigos, pais de uma criança.

Teixeira disse acreditar que Pizzolato deixou o Rio de Janeiro há cerca de 45 dias, mesmo período citado por funcionários do condomínio da Domingos Ferreira.

Duas vizinhas, que pediram anonimato, afirmaram que há cerca de três meses não veem Henrique no edifício.

Muitos vizinhos de Pizzolato se mostravam surpresos ou incomodados com o cerco da imprensa na entrada do prédio.

Em dia de sol forte e praia lotada na orla de Copacabana, banhistas que passavam em frente ao prédio perguntavam a jornalistas se algum mensaleiro ali morava, e se já havia sido preso.

Alguns transeuntes confundiram o advogado Marthius Lobato com o réu no mensalão e o xingaram.

Editoria de arte/Folhapress

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