Folha de S. Paulo


Delúbio se entrega em Brasília e usa Twitter para exaltar o PT

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares despistou a imprensa e entregou-se na direção da Polícia Federal em Brasília. E tuitou sua apresentação para começar a cumprir sua pena por envolvimento com o esquema do mensalão.

"Apresentando às autoridades em Brasília para o cumprimento da pena que me foi imposta em julgamento de exceção. Viva o PT! Viva o Brasil", escreveu em sua conta no microblog, às 11h24.

Dezesseis minutos depois, ele escreveu: "Nosso compromisso com os brasileiros é tamanho e nossa fé nos ideais é de tal forma grandiosa que os imensos sacrifícios pessoais, os ódios que atraímos e as perseguições covardes das quais somos vítimas nada representam".

Delúbio era esperado na superintendência da PF em Brasília, onde ficaram concentrados os jornalistas. Ele chegou a outro edifício, a sede do órgão, e entrou discretamente pela garagem.

Reprodução/Twitter/‏@delubiosoares

Ao todo, Delúbio foi condenado a 8 anos 11 meses por participação no mensalão, mas cumprirá inicialmente em regime semiaberto a pena de 6 anos e 8 meses por corrupção ativa.

Sua condenação por formação de quadrilha será alvo de um novo julgamento no ano que vem, quando serão analisados os recursos chamados embargos infringentes. Se for mantida sua pena, ele deverá ir para o regime fechado --destinado a penas superiores a oito anos.

Da lista dos 12 primeiros mandados de prisão expedidos ontem pelo STF no caso de mensalão, apenas o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato ainda não se entregou.

A inteligência da Polícia Federal confirmou neste sábado que ele viajou para a Itália. O ex-diretor do BB possui cidadania italiana e teria viajado ao país há 45 dias.

PRESO POLÍTICO

Tal como fez o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino, Delúbio Soares também se disse um preso político.

Num breve comunicado, seu advogado, Arnaldo Malheiros Filho, disse que seu cliente foi preso sem nem mesmo ver o mandado de prisão, que refuta todas as acusações pela quais foi condenado e que se considera um preso político.


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