Folha de S. Paulo


Peritos recolhem amostra de ar de caixão de Jango em São Borja (RS)

Peritos encarregados da exumação de João Goulart (1919-1976), o Jango, em São Borja (RS), começam a retirar o ar do caixão do presidente, deposto pelo golpe militar em 1964. Amostras do ar estão sendo coletadas e guardadas para exames.

"Faz parte do processo de coleta de material, dentro das metodologias, de tudo que estava proposto dentro das possíveis substâncias [pesquisadas na investigação sobre envenenamento], eliminarmos qualquer possibilidade de perda de material", explicou o perito Amaury de Souza Júnior, da Polícia Federal.

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Os técnicos informaram que a sepultura se encontra em bom estado internamente e não foi prejudicada por umidade e infiltrações, o que poderia dificultar os procedimentos.

"Fizemos a retirada da tampa do jazigo, fizemos toda a identificação [de onde estava o caixão], tudo está de acordo com o que esperávamos e com as informações que nós tínhamos. E agora estamos em um processo de coleta de material gasoso, dentro da sepultura", disse o perito.

O próximo passo será a retirada do caixão. Se não houver esfarelamento, por exemplo, o caixão com os restos mortais será depositado em uma grande urna, adquirida para a ocasião, na qual será levado até Brasília.

A exumação está prevista para acabar até as 15h. A urna será levada de carro até o aeródromo de São Borja, de onde partirá de helicóptero para uma base militar em Santa Maria (RS).

Na quinta (14) pela manhã, os restos mortais seguirão em avião da FAB para Brasília, onde serão recebidos com honras de chefe de Estado pela presidente Dilma Rousseff e autoridades.

Em Brasília serão realizados os primeiros exames e a retirada de amostras, que serão enviadas a laboratórios em outros países. O objetivo da exumação é investigar as suspeitas da família e do governo de que Jango teria sido envenenado durante seu exílio na Argentina. Não houve autópsia na época.


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