Folha de S. Paulo


Polícia apura participação de traficantes em protestos

A Polícia Civil do Rio investiga a infiltração de traficantes de drogas do Comando Vermelho e de milicianos nas manifestações ocorridas nas ruas da cidade entre junho e outubro deste ano.

As informações constam de dois inquéritos que apuram atos de vandalismo praticados por grupos de mascarados. A Polícia Civil não comenta as investigações. Os inquéritos estão sob sigilo.

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A desconfiança de que traficantes do Comando Vermelho teriam se infiltrado nos atos ganhou mais consistência depois que o traficante Rodrigo Prudêncio Barbosa, preso em Bangu 9, prestou depoimento no qual detalhou a ação da facção criminosa.

Em uma conversa gravada com policiais civis, promotores e representantes da secretaria de Administração Penitenciária, Gordinho, como é conhecido, afirmou que houve uma determinação para que traficantes se misturassem aos manifestantes.

Daniel Marenco - 17.jun.2013/Folhapress
Manifestantes queimam objetos em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, durante protesto contra o aumento da tarifa de ônibus
Manifestantes queimam objetos em frente a Assembleia Legislativa do Rio, durante protesto contra o aumento da tarifa de ônibus

"Há esse projeto de parar o Rio. Vai ter estudante viciado, então, o que nós fazemos? Vai ter nosso povo para se enturmar junto com os playboy [sic] viciado dentro da passeata", disse o criminoso.

Outra informação em investigação pela polícia, ainda não confirmada, é que milicianos teriam cedido vans para transportar pessoas para as passeatas. O plano seria uma retaliação às ações da prefeitura da cidade contra o transporte alternativo na zona oeste da cidade.

Os grupos levados pelos milicianos teriam a incumbência de depredar equipamentos públicos e agredir pessoas, de forma que a culpa recaísse nos "black blocs".

A Polícia Civil também apura a vinda de manifestantes de outros Estados do país para o protesto de 15 de outubro. Naquela ocasião, 190 pessoas foram detidas em meio a atos de vandalismo e depredação de prédios públicos.


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