O Ministério Público Eleitoral acusou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) de fazer campanha antecipada ao governo do Rio em culto evangélico com o pastor Silas Malafaia.
A ação foi proposta nesta terça-feira (5). Se condenados, Lindbergh e Malafaia terão que pagar multas que pode ir de R$ 5 mil a R$ 25 mil. O petista nega a acusação e vai apresentar defesa ao Tribunal Regional Eleitoral.
Lindbergh foi filmado ao lado do pastor em sua igreja, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no último dia 13. Diante dos fiéis, Malafaia ofereceu ao petista uma "oração grátis, 0800" e sugeriu que ele pode vencer as eleições de 2014.
"Quem sabe eu tô orando pelo futuro governador do Estado, um cara forte. Não custa nada, né?", afirmou.
Para o procurador Maurício da Rocha Ribeiro, Lindbergh se comportou "como pré-candidato ao governo que nitidamente receberá apoio político" do pastor. A lei eleitoral veda qualquer ato de pré-campanha até 5 de julho do ano da votação.
"Se buscou fixar, de maneira ostensiva e insistente, a figura do representado Lindbergh Farias na mente dos frequentadores da igreja", afirmou Ribeiro.
O senador disse que não fez campanha no culto e criticou o vice-governador Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB.
"Meus advogados estão tranquilos porque não falei nada e não fiz campanha antecipada. Espero que o procurador tenha a mesma atitude com o pré-candidato do PMDB, que está inaugurando obras por aí todos os dias", disse.
NOVAS ALIANÇAS
A aproximação com Lindbergh indica uma mudança nas alianças de Malafaia, que é rival histórico do PT e pediu votos para José Serra (PSDB) nas últimas duas eleições.
Em 2010, o pastor liderou os ataques à presidente Dilma Rousseff por declarações sobre o aborto. Em 2012, acusou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de distribuir material para "ensinar homossexualismo nas escolas".