Folha de S. Paulo


Ao lado de Dilma, governador tucano critica 'ataques sórdidos' de adversários

Em evento com a presidente Dilma Rousseff, o governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, criticou nesta terça-feira (29) políticos que deixam que "divergências partidárias se sobreponham ao interesse público" e que promovem "ataques sórdidos e rasteiros".

Ao lado de Dilma, estava a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), potencial adversária de Richa na disputa pelo governo do Paraná em 2014. A presidente anunciava verbas para obras de mobilidade urbana em Curitiba.

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O governador fez a declaração após anunciar a liberação de empréstimos para o Paraná que estavam parados no Tesouro Nacional, responsável por analisar as operações financeiras dos Estados, havia quase dois anos. São R$ 3,9 bilhões em investimentos.

O Tesouro argumentava que havia pendências a serem resolvidas. Já o governo estadual atribuía a demora a fatores políticos. Outros Estados com as mesmas pendências conseguiram a aprovação de empréstimos no mesmo período.

A liberação veio apenas na segunda-feira (28), com a negociação de um novo empréstimo para o metrô de Curitiba --governada pelo aliado do federal, Gustavo Fruet (PDT)-- motivo da visita de Dilma à cidade hoje. O aporte de R$ 3,2 bilhões da União à obra dependia de um empréstimo de R$ 700 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao governo estadual.

Roberto Stuckert Filho-29.out.13/Divulgação/PR
Governador Beto Richa (à dir.) participa ao lado de Dilma de cerimônia na qual a petista anunciou investimentos do PAC mobilidade urbana
Governador Beto Richa (à dir.) participa ao lado de Dilma de cerimônia na qual a petista anunciou investimentos do PAC mobilidade

Segundo a Folha apurou, Richa pediu que, se o novo empréstimo fosse aprovado, os demais também teriam que ser liberados. O governador falou com a ministra Miriam Belchior (Planejamento), o secretário Arno Augustin (Tesouro) e com o chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo. O aval foi dado na noite de terça.

"Que jamais deixemos que eventuais divergências políticas, divergências partidárias, se sobreponham ao interesse público", discursou Richa, após mencionar a liberação dos empréstimos. "Momento de confronto de ideias, de propostas, de embates, é no período eleitoral. O momento hoje é de trabalhar."

O Tesouro Nacional não comenta casos específicos de Estados. Já o presidente do PT Paraná, Ênio Verri, disse que os empréstimos foram liberados só agora porque o Paraná "fez o dever de casa, cortou gastos, equilibrou o caixa e obteve as certidões".

PROPAGANDA

Ao final do discurso, o tucano ainda fez referência a uma propaganda do PT Paraná que está proibida pela Justiça, por fazer "promoção pessoal da presidente Dilma, notória pré-candidata à reeleição", conforme a decisão.

A propaganda também alfinetava a gestão de Richa, dizendo que ela "não cumpria suas metas" e "ainda não dissera a que veio".

"Lamentavelmente, na política, há aqueles que participam de ataques sórdidos, ataques rasteiros, que se utilizam de programas eleitorais, descumprindo inclusive determinações judiciais para atacar com falsas acusações os seus adversários", disse o governador. O PSDB reclama que a vinheta ainda está sendo veiculada.

O PT informou que irá recorrer da decisão, que é do início do mês, por considerar que a propaganda não é irregular e que se manifesta como "partido institucionalizado no governo".


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