Folha de S. Paulo


'Precisamos eleger o Padilha', diz Lula em São Paulo

O evento era para lançar a candidatura do ex-prefeito de Osasco Emidio de Souza à presidência do PT de São Paulo, na noite desta sexta-feira (27), mas o político promovido em quase todos os discursos foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nome do partido para a disputa do governo do Estado em 2014.

O ato foi realizado na Casa de Portugal, no centro da capital paulista, e contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O petista declarou que não poderia falar sobre eleição para não ser multado por campanha antecipada ("Cada vez que eu faço discurso falando de campanha, sou multado em R$ 5.000", disse), mas encerrou seu discurso pedindo apoio ao futuro candidato.

"Quero dizer para vocês, sem ter falado de eleição, que nós precisamos eleger o Padilha para ele ajudar a Dilma", afirmou o ex-presidente. "Se ela tiver por trás o Padilha, o Mais Médicos e o Estado de São Paulo, vai ficar muito mais fácil a gente fazer muito mais pelo Brasil."

Ele também disse que o PT não vai enfrentar "um qualquer" em 2014, em referência ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que deve disputar a reeleição.

Último a discursar antes de Lula, Padilha declarou que está sendo chamado de "candidato no armário". Ele disse não saber quem será o postulante do PT ao Palácio dos Bandeirantes, mas afirmou que, "com a força da militância", ele será eleito para o governo.

O ex-prefeito Emidio de Souza é o favorito na eleição interna do PT, que conta com outros quatro candidatos de correntes minoritárias do partido. Ele deverá coordenar a campanha de Padilha em 2014 e contou já ter sido acordado pelo ministro às 7h de domingo para uma reunião sobre a candidatura.

"Candidato, quando chama o coordenador da campanha para uma reunião às sete da manhã de um domingo, é porque quer ganhar a eleição", disse.

Ele fez um discurso repleto de ataques a Alckmin e ao PSDB e contou que em 2010, quando coordenou a campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo, teve a tarefa de telefonar para o tucano, após a apuração dos votos, para que o candidato derrotado o cumprimentasse.

"Quero ter a alegria agora [em 2014], de ter orgulho de ligar para o governador e dizer: 'Aqui é o Emidio, e eu gostaria que o senhor começasse a limpar as gavetas já, porque o novo governador está chegando'", disse.

Padilha, em seu discurso, pediu que Emidio "já vá buscando o telefone desse senhor para quem você quer ligar".

"Ainda não sabemos quem vai ser o candidato do PT, mas com a força dessa militância, é você que vai receber o telefonema. E não vai dizer 'esvazie as gavetas', e sim 'monte uma equipe de transição', porque vamos fazer um governo olhando para a frente, não pro retrovisor", prometeu.


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