Folha de S. Paulo


Investigado, presidente do TJ-PR tem aposentadoria suspensa pelo CNJ

A aposentadoria do presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, Clayton Camargo, foi suspensa na noite desta segunda-feira (23) pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O desembargador, que pediu a aposentadoria na tarde de hoje, está sendo investigado pelo órgão há cerca de dois anos, sob suspeita de tráfico de influência e venda de sentenças. Os processos correm em sigilo.

O plenário do CNJ deve definir no próximo mês se abre um processo administrativo disciplinar contra Camargo em razão das denúncias.

Na avaliação do Ministério Público Federal, que pediu a suspensão, Camargo tentava fugir de uma eventual punição do CNJ ao antecipar sua aposentadoria. O corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, disse que os argumentos são "razoáveis".

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Camargo, 67, é presidente do TJ-PR desde fevereiro, e ficaria no posto até o final de 2014. Com a saída, ele deixa a função de desembargador três anos antes do limite para a aposentadoria compulsória.

O desembargador nega todas as acusações que pesam contra ele no CNJ. Diz que elas não têm embasamento e as atribui a "quadrilheiros" que querem destruir sua reputação. O Ministério Público do Paraná já arquivou as mesmas denúncias contra ele.

Segundo a assessoria do desembargador, o pedido de aposentadoria foi feito por "motivos de saúde". Há duas semanas, Camargo sofreu um infarto. Ele foi submetido a uma angioplastia e reassumiu a presidência na última sexta-feira (20).

Camargo iria se aposentar com proventos integrais, de R$ 26 mil mensais. O entendimento do pleno do TJ-PR, que aprovou o pedido, foi que ele cumpriu todos os requisitos necessários à aposentadoria antes que fosse editada lei que mudou as regras, em 2003. Camargo é funcionário do TJ há 37 anos.


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