Folha de S. Paulo


Outro lado: governo diz que gastos respeitam valor de mercado

O governo do Ceará afirmou que o festival seguiu as exigências legais e que os valores orçados "respeitaram o valor de mercado".

Disse ainda que o preço dos shows considera critérios como período do ano, tamanho da apresentação, logística do artista e da produção. O governo também disse que, ao fazer a cotação para os shows, encontrou preços maiores em 8 das 15 contratações citadas pelo Ministério Público de Contas.

A Folha procurou os artistas que receberam cachês questionados. Quem respondeu até a conclusão desta edição negou que os valores estejam acima do normal.

Evento bancado pelo governo do CE pagou até 8 vezes mais por atrações musicais

Mas ao menos três artistas (Nando Reis, Gilberto Gil e Jorge Vercillo) negaram ter recebido os valores citados na apuração em questão.

O Ministério Público confirmou os números como oficiais do governo e disse que as divergências de valores podem representar recursos desviados. O governo do Ceará nega --disse que os contratos incluem transporte, alimentação e hospedagem.

O empresário de Jorge Vercillo disse ser normal cobrar mais por shows corporativos, mas negou ter recebido R$ 135 mil -não disse, porém, o valor que seria correto.

A produtora de Gilberto Gil negou os valores citados pelo Ministério Público e do "Diário Oficial" (quatro shows, a R$ 220 mil cada). Disse que o cantor recebeu R$ 240 mil por quatro shows, valor abaixo do que costuma cobrar. A advogada de Nando Reis disse que o cantor recebeu R$ 95 mil por dois shows e não R$ 115 mil por cada um. A assessoria de Roberta Sá confirmou o pagamento e disse que os cachês variam. (AGUIRRE TALENTO E BRUNO BENEVIDES)

Editoria de Arte/Folhapress

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