Folha de S. Paulo


Dilma defende ministro do Trabalho e diz não ver motivo para demissão

A presidente Dilma Rousseff defendeu em entrevista o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e disse que não há razão para mudar sua "avaliação" sobre ele.

Dias está sob pressão desde que uma operação da Polícia Federal, há duas semanas, revelou suspeitas de irregularidades na pasta. O secretário-executivo do ministério deixou o cargo. O ministro é indicado pelo PDT, que comanda o Trabalho desde o segundo governo Lula (2007-2010).

Em entrevista aos jornais gaúchos "Zero Hora" e "Correio do Povo", concedida na segunda-feira (16), Dilma afirmou que não "julga" Dias, que está no cargo desde março.

"Ele acabou de entrar no governo. As responsabilidades do Manoel Dias são muito circunscritas. Vou avaliar todos os dados. Nós não temos, hoje, nenhuma razão para modificar nossa visão e avaliação do ministro", falou.

A presidente, no entanto, disse que, "havendo algum caso concreto e fundado", qualquer pessoa fica sujeita a "exigências legais".

Aos dois jornais Dilma afirmou ainda que não pretende fazer uma reforma ministerial agora e que as mudanças devem ocorrer entre o fim do ano e o início de 2014 devido à saída de ministros para candidaturas nas eleições.

"Quero manter um padrão. Temos vários projetos em andamento e eles serão mantidos rigorosamente."

Sergio Lima 21.mar.13/Folhapress
O ministro do Trabalho, Manoel Dias; com pasta envolvida em denúncias, Dilma disse que não vê motivos para demissão
O ministro do Trabalho, Manoel Dias; com pasta envolvida em denúncias, Dilma disse que não vê motivos para demissão

SUSPEITAS

As suspeitas foram levantadas durante a operação Esopo, deflagrada pela PF na semana passada. Segundo a polícia, uma organização chamada IMDC (Instituto Mundial de Desenvolvimento da Cidadania) faz parte de um esquema de fraude em licitação, superfaturamento de contratos e desvios de recursos públicos que pode ter movimentado cerca de R$ 400 milhões. De acordo com as investigações, há suspeita de fraude em convênios com o Ministério do Trabalho.

A entidade atuava em 11 Estados e no Distrito Federal. Seu presidente, Deivson Vidal, foi preso e teve carros, dinheiro, joias e helicóptero apreendidos. A operação levou à queda de Paulo Roberto Pinto do posto de secretário-executivo do Trabalho.


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