Folha de S. Paulo


Cid Gomes reage a encontro entre Aécio e Eduardo Campos, presidente de seu partido

O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirmou se sentir "extremamente desconfortável" diante de eventual aliança entre seu partido e o PSDB, sinalizada pelo encontro da noite desta quinta-feira (29) entre Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), presidentes nacionais das siglas.

Cid é, no PSB, o principal nome de oposição à candidatura de Campos à Presidência no próximo ano e defende que o partido apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Ele afirmou à Folha nesta sexta-feira (30) considerar "natural" o encontro entre homens públicos, mas disse se preocupar com o simbolismo da reunião.

"O PSDB é um partido de oposição a um governo de que nós fazemos parte. Confraternizar com isso é sinalizar que talvez se cogite essa possibilidade de o PSB ser linha auxiliar do PSDB [em 2014] e isso me preocupa. Eu sinceramente fico extremamente desconfortável com essa possibilidade", disse.

O governador critica a possibilidade de os dois partidos dividirem palanque em 2014.

"Duplo palanque é coisa de quem não tem posição. Quem tem duas posições, não tem nenhuma", comentou.

Cid tornou públicas as críticas ao encontro ainda na manhã desta sexta-feira, quando publicou uma mensagem nas redes sociais: "Linha auxiliar do PSDB. Será esse o papel do PSB em 2014?".

O governador cearense se mantém irredutível na posição contrária à candidatura própria e não dá sinais de que possa apoiar Campos.

Na próxima semana, Cid Gomes almoçará com o deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP), que está prestes a obter na Justiça Eleitoral o registro de um novo partido, o Solidariedade, e pode abrir as portas da legenda para o governador, que não pode mais concorrer à reeleição no Ceará.


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