Folha de S. Paulo


Assessor da Casa Civil suspeito de estupro continua foragido

Denunciado sob acusação de estupro de menores e favorecimento de prostituição, o assessor da Casa Civil Eduardo Gaievski é considerado foragido pela Justiça do Paraná.

Gaievski, ex-prefeito de Realeza (PR) pelo PT e nomeado assessor da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) no início do ano, teve um mandado de prisão preventiva expedido contra si na última sexta-feira (23).

Até a tarde desta segunda-feira (26), ele não havia sido localizado.

Gaievski é suspeito de obrigar adolescentes a lhe prestar favores sexuais em troca de dinheiro, na época em que era prefeito de Realeza, entre 2005 e 2012.

Reprodução/Facebook/eduardoandre.gaievski
Sob acusação de estupro e favorecimento de prostituição, Eduardo Gaievski é considerado foragido pela Justiça do Paraná
Sob acusação de estupro e favorecimento de prostituição, Eduardo Gaievski é considerado foragido pela Justiça do Paraná

O político, que foi afastado de suas funções na Casa Civil e suspenso dos quadros do PT após ter a prisão decretada, nega as acusações. Em entrevista à revista "Veja", ele declarou que é alvo de retaliação por membros do Ministério Público e que as denúncias foram "armadas".

Policiais paranaenses fizeram buscas por Gaievski em seu apartamento em Brasília no domingo à noite, além de seus endereços em Realeza durante o final de semana. Ele não foi encontrado --o apartamento de Brasília estava vazio.

A Folha tentou entrar em contato com o advogado do ex-prefeito, Rafael Seben, mas ele não respondeu às ligações da reportagem.

O processo contra Gaievski corre em segredo de Justiça, por envolver menores de idade. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público em 2010, sob acusação de estupro de vulnerável e favorecimento de prostituição. Escutas telefônicas fundamentam a acusação.

Segundo o advogado de três das vítimas, Natalício Farias, as adolescentes relataram que recebiam entre R$ 150 e R$ 200 por "programa". Uma delas disse que teve que sair três vezes com o ex-prefeito para que conseguisse um emprego no município.

Elas se queixaram da morosidade do processo --as investigações começaram em 2009-- e pediram a intervenção do advogado no início do ano.

Em nota, a Casa Civil e o diretório estadual do PT afirmaram que Gaievski foi afastado das funções e do partido "até que sejam apuradas as circunstâncias e veracidade das acusações".


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