Folha de S. Paulo


Manifestantes ocupam a Câmara para sessão destinada aos vetos presidenciais

Cerca de 500 pessoas, representando quatro grupos de interesses distintos, ocupam o Salão Verde da Câmara dos Deputados, na tarde desta terça-feira (20).

O plenário da Câmara, que é acessado pelo local, abrigará sessão conjunta de deputados e senadores, na noite de hoje, para a apreciação de vetos presidenciais.

Os manifestantes, que chegaram ao Congresso em momentos distintos nesta terça, conseguiram furar o bloqueio da segurança da Casa, que tentava evitar a presença dos grupos durante a sessão da Câmara.

Os parlamentares precisam passar pelo salão para entrarem no plenário, e há receio de eventual invasão do espaço pelos manifestantes.

Nada foi destruído, mas a segurança da Casa precisou usar spray de pimenta para conter um grupo de manifestantes na entrada principal do Congresso.

Sérgio Lima/Folhapress
Manifestantes favoráveis e contrários ao ato médico ocupam o salão verde da Câmara dos Deputados
Manifestantes favoráveis e contrários ao ato médico ocupam o salão verde da Câmara dos Deputados

Por volta das 15h30, já no Salão Verde, um grupo de médicos e outro formado por psicólogos, nutricionistas e outras profissões da área médica quase entraram em confronto físico, após uma série de provocações de ambos os lados.

Eles disputam, literalmente no grito, o apoio de deputados e senadores, que votarão na noite de hoje, em sessão conjunta, os vetos da presidente Dilma Rousseff ao chamado Ato Médico. A presidente vetou um dispositivo que determinava que somente médicos poderiam prescrever medicamentos e fazer diagnósticos.

A principal confusão envolveu um grupo de médicos e profissionais de outras áreas médicas, como psicólogos e nutricionistas - esses beneficiados pelo veto presidencial.

Na disputa verbal no Salão Verde, o grupo de psicólogos chamava os médicos de "açougueiros", que, por sua vez, revidavam com "charlatões".

PEC 300

Mais cedo, por volta de 12h30, um grupo de cerca de 200 bombeiros e policiais militares e civis, que se aliaram informalmente à demanda dos médicos na gritaria generalizada no Salão Verde, ameaçaram invadir o plenário.

Eles pedem a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 300, que cria um piso salarial nacional para as categorias. A proposta aguarda votação em segundo turno, na Câmara, desde 2009.

Afirmando que, se a PEC não for colocada em votação, as categorias farão paralisação nacional durante a Copa-2014 e próximas eleições, o grupo conseguiu ser recebido pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB).

Além deles, outro grupo protesta na Câmara: um grupo de 50 papiloscopistas, categoria responsável por algumas das perícias policiais. Eles pedem a derrubada do veto da presidente Dilma ao projeto, aprovado no Congresso, que colocava os papiloscopistas na mesma categoria de outros peritos, como os médico-legistas e peritos criminais.

Esse veto, contudo, ainda não está na pauta de votações do Congresso. Ele só deverá ser apreciado em setembro.


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