Folha de S. Paulo


Sessão da CPI dos Ônibus começa com protestos dentro e fora da Câmara do Rio

Com protestos no centro do Rio e barreiras policiais ao redor da Câmara Municipal, teve início às 10h desta quinta-feira (15) a primeira sessão da CPI dos Ônibus.

A sessão começou tumultuada com um dos cinco vereadores da comissão, Eliomar Coelho (PSOL), abandonando o local após tentar se pronunciar contra a formação da comissão.

Os outros quatro vereadores da CPI, incluindo o presidente Chiquinho Brazão (PMDB), eram contrários à investigação das empresas de ônibus do Rio e, mesmo assim, acabaram escalados para a comissão.

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"Pedi para apresentar uma questão de ordem que foi negada pela comissão. Por isso, deixei a reunião. Não reconheço a legitimidade daquele grupo", afirmou Eliomar à Folha.

Reynaldo Vasconcelos/Futura Press/Folhapress
Manifestantes acompanham a CPI dos Ônibus na manhã desta quinta-feira (15), na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Manifestantes acompanham a CPI dos Ônibus na manhã desta quinta-feira (15), na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

A sessão acabou sendo realizada no salão conhecido como Cerimonial com capacidades para um público muito menor do que o plenário.
Ontem, o presidente Jorge Felippe chegou a dizer que iria pedir a transferência da audiência para o plenário e facilitar assim o acesso do público.

Entretanto, apenas os onze manifestantes acampados na Câmara acompanharam a sessão.

Do lado de fora, algumas pessoas chegaram a avançar na direção do cordão policial que isolava uma das ruas de acesso à Câmara. Houve tumulto, mas a PM conseguiu dispersar o grupo sem fazer uso de gás de pimenta ou outros artefatos semelhantes.

A avenida Rio Branco chegou a ter o trânsito interrompido por alguns minutos pelos manifestantes concentrados na praça da Cinelândia, em frente à Câmara dos Vereadores.

DESCONTENTAMENTO

Os manifestantes estão descontentes com a escolha de dois parlamentares do PMDB --mesmo partido do prefeito do Rio, Eduardo Paes-- para comandar a CPI do Ônibus, que irá investigar a concessão das linhas de ônibus municipais do Rio. Chiquinho Brazão e Uóston foram escolhidos, respectivamente, como presidente e relator da CPI.

O Coelho, autor do requerimento para a criação da comissão, é o único membro da CPI que assiou o pedido. A expectativa de quem acompanhava a sessão era que ele, na condição de autor do relatório, fosse escolhido para conduzir os trabalhos de investigação.

A instalação da CPI era uma das reivindicações dos manifestantes que, desde junho, saem às ruas no Rio. Os vereadores que apoiam o prefeito Eduardo Paes (PMDB) --40 dos 51 que compõe a Casa-- resistiam a assinar o pedido, mas parte acabou cedendo devido à pressão popular.


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