Folha de S. Paulo


Ato contra Cabral termina mais uma vez em confronto no Rio

Um ato pedindo a renúncia do governador Sérgio Cabral (PMDB) terminou, mais uma vez, em confronto nos arredores do Palácio Guanabara, sede do governo e que, na segunda (12) tinha sido alvo de conflitos entre policiais e manifestantes.

Ao se aproximar do Palácio, por volta das 20h, cerca de 200 manifestantes, na estimativa da PM, encontraram o acesso fechado por um cordão de policiais do batalhão de Choque.

As grades que nas últimas semanas protegem a sede do governo tinham sido levadas para a rua, a cerca de 100 metros da entrada da construção, impedindo a aproximação dos manifestantes.

Cara a cara, policiais protegidos por capacetes e escudos e manifestantes com rostos cobertos e mochilas nas costas, começaram a discutir sobre a liberação da via para uma van com passageiros.

Quando os policiais começaram a abrir as grandes, manifestantes tentaram passar. No mesmo momento, de um lado foram arremessadas várias pedras portuguesas; do outro, bombas de gás.

Até policiais que desde cedo acompanhavam a caminhada foram atingidos pelo gás e correram para se abrigar, com os manifestantes.

AMARILDO

Parentes e amigos de Amarildo de Souza, 43, realizam um protesto para marcar um mês de desaparecimento do pedreiro. O grupo de cerca de 50 pessoas fechou, às 19h15, a autoestrada Lagoa-Barra, que liga os dois bairros na zona sul do Rio.

Eles gritam palavras contra o governador Sérgio Cabral e contra a Polícia Militar. O trânsito nos dois sentidos da via foi interrompido.

"Os policiais comeram o meu marido. Não entendo por que não tem ninguém preso por isto", disse Elisabeth Silva, 48, mulher do pedreiro.

Além de faixas, familiares e amigos do pedreiro acenderam velas na via. A Polícia Militar apenas acompanha o protesto.

O pedreiro desapareceu em 14 de julho após ser levado para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na favela da Rocinha.


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