Folha de S. Paulo


Manifestantes tentam 'coagir a democracia', diz Cabral

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou na tarde desta terça-feira (13) que os manifestantes que foram ontem protestar no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, tentam "coagir a democracia". O ato com cerca de 400 pessoas tinha jovens mascarados que lançaram rojões contra policiais.

"[Esses grupos] Têm ido a porta das televisões acuar a imprensa, virado automóveis da imprensa, ido à porta de emissoras de televisa. Têm tentado coagir a democracia, questionar as autoridades e o poder público. Numa visão altamente distorcida do que manifestação", afirmou Cabral, em evento no palácio.

O protesto começou dentro do palácio quando um grupo de professores, que foram ao local reunir-se com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, decidiram acampar no palácio. Eles afirmam que foram retirados de forma truculenta pela polícia. Cabral disse que não houve truculência. Para ele, permanecer na sede do governo "não é do bom convívio democrático".

"Ao final da reunião, um grupo resolveu acampar no palácio. Um grupo questionou isso, disse que não concordava. Aguardamos. Quase foi feita uma assembleia aqui na entrada do palácio desse pequeno grupo. Aqueles que decidiram acampar, nõs os retiramos. Não havia a meu ver por parte da polícia nenhum desejo de truculência. O palácio é um local de trabalho. Quando eles se manifestam explícitamente que vão querer acampar aqui. Acho que isso não é do bom convívio democrático", disse o governador.

Enquanto os professores eram retirados, jovens mascarados, a maioria vindo do centro, chegaram ao palácio para se manifestar contra Cabral. Após a saída dos professores, manifestantes incendiaram uma lixeira e lançaram bombas contra policiais militares. Eles responderam com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e gás de pimenta.

Cabral classificou o grupo que chegou depois ao palácio como "radicais que não têm nada a ver com os professores". Ele afirmou ainda que ele "difere muito daqueles movimentos iniciais, com desejo de participação".

"[São] Grupos que apareceram aqui com o desejo do confronto, de gerar o caos, a intimidacao e a coação. Grupos com a cara escondidas, máscaras, coquetel molotov, rojões. Essas pessoas não têm nada a ver com os nossos professores", afirmou.

DANOS

Três agências bancárias e dois bancos da rua do Catete tiveram as vidraças quebradas pelo grupo, quando voltaram do Palácio Guanabara para a Câmara Municipal, no centro. Um ponto de ônibus em frente à sede do governo também foi todo danificado.

Pela manhã, funcionários de uma empresa já consertavam os painéis de publicidade e instalavam os anúncios. A vidraça do ponto do ônibus permanecia quebrada.


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