O ministro Aloizio Mercadante (Educação) afirmou nesta terça-feira (13) que o ligeiro crescimento da aprovação a Dilma Rousseff era esperado pelo governo. Ele apontou a reação da presidente às manifestações populares como motivo para a recuperação da popularidade.
Pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana mostrou que o índice dos que consideram o governo ótimo ou bom subiu de 30% no final de junho, no auge dos protestos, para 36% agora.
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"É o que prevíamos desde aquele momento. Nós tínhamos grande perspectiva de retorno principalmente porque a presidenta Dilma foi quem dialogou com as ruas, com os movimentos sociais, com as demandas, e está apresentando resultados concretos", disse Mercadante, um dos ministros mais próximos à presidente.
O ministro da Educação argumentou que as ruas ajudaram o governo "a ter uma agenda positiva, construtiva" e disse que a proposta de um plebiscito sobre reforma política "foi muito bem aceita pela população".
Mercadante ainda alfinetou o Congresso Nacional: "Ela [Dilma] conseguiu pautar a retomada do debate sobre reforma política, que a Câmara tinha retirado da agenda em abril".
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MAIS MÉDICOS
Mercadante citou ainda o programa "Mais Médicos" como exemplo de ação concreta tomada após os protestos. O programa prevê a ida de médicos brasileiros e estrangeiros a regiões onde hoje há carência desses profissionais.
A iniciativa provocou forte reação de entidades médicas, que criticam a atuação de médicos com diploma estrangeiro no país sem revalidação do diploma.
"Na área da saúde, o Mais Médicos é um programa que já está trazendo resultados concretos. (...) É um programa inovador que atende à principal demanda da população, que é a falta de médicos", disse. Mercadante citou ainda projeto de lei, em debate no Congresso Nacional, que destina recursos dos royalties do petróleo para saúde e educação.
Ele afirmou que "até a semana que vem" esse tema deverá ser votado pelos congressistas.
ECONOMIA
O ministro apontou ainda um cenário econômico positivo. "A inflação nos últimos dois meses foi praticamente zero, a cesta básica caiu fortemente." "Evidentemente teremos de continuar atentos à questão inflacionária pela situação internacional e problema do câmbio", ponderou.
Pesquisa Datafolha mostrou que estancou o movimento dos que acreditam que a inflação vai aumentar.
Entre o final de junho e agosto, esse índice oscilou de 54% para 53%. O pessimismo com a inflação estava em crescimento desde dezembro do ano passado.