Folha de S. Paulo


Em Minas, Dilma critica governo tucano de Fernando Henrique Cardoso

A presidente Dilma Rousseff usou as rádios locais de Varginha e de Belo Horizonte, reduto eleitoral do seu possível adversário em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB), para criticar as gestões presidenciais tucanas, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Dilma foi a Varginha nesta quarta-feira (7) para inaugurar o campus avançado da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) e concedeu entrevista à rádio Itatiaia, com abrangência no sul de Minas e na Grande Belo Horizonte. Participou também da entrevista no aeroporto a rádio local Vanguarda.

Ao afastar o risco de elevação da inflação, citar a expectativa de avanço do PIB superior ao dos EUA em 2013 --mas sem arriscar um percentual-- e retomar os números do baixo desemprego, a presidente fez a comparação com o governo FHC.

"No primeiro semestre, criamos 826 mil empregos com carteira assinada. Significa a quantidade de empregos criados em todo o primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nós criamos em seis meses tudo o que foi criado em quatro anos", disse ela.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, nos primeiros quatro anos do governo FHC foram gerados 824.094 empregos no país.

De acordo com os dados informados à reportagem, os anos de 1995 e 1996 foram os que tiveram os menores números: 88,9 mil e 74,5 mil, respectivamente. O número saltou para 274 mil empregos em 1997 e para 387 mil no ano seguinte, último ano da primeira gestão FHC.

CAFÉ

Dilma voltou a Minas, onde nasceu, no momento em que Aécio nomeou o ex-ministro Pimenta da Veiga, fundador do PSDB, para cuidar da sua possível campanha eleitoral no Estado. Pimenta fala em dar a Aécio uma votação "histórica" no reduto mineiro, o segundo maior colégio eleitoral do país (15 milhões de eleitores).

A presidente também aproveitou a viagem para apresentar uma "agenda positiva". Anunciou medidas de financiamento e de opção de compra futura pelo governo de três milhões de sacas de café ao preço de R$ 343 a saca.

Os cafeicultores da região estavam na expectativa de que a visita da presidente servisse também para ela anunciar os auxílios financeiros.

No mês passado, cafeicultores mineiros também engrossaram os protestos pelo país e fecharam rodovias, uma delas a que liga Varginha a Três Pontas.

A cooperativa de cafeicultores de Varginha é uma das maiores do Estado, reunindo produtores de 20 municípios.


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