Fundador do PSDB, o ex-ministro Pimenta da Veiga voltou à cena política após dez anos, com o objetivo de preparar o caminho eleitoral do senador Aécio Neves em Minas e dar uma votação "histórica" ao provável candidato tucano ao Planalto.
Pimenta vai cuidar exclusivamente do cenário mineiro da campanha. Viajará pelo Estado para montar uma rede de apoiadores dedicados a eleger Aécio.
Com isso, o senador poderá se dedicar mais a outras praças, sobretudo São Paulo, onde deverá ter presença cada vez mais constante.
Atuando apenas na advocacia nos últimos anos, Pimenta tem citado a interlocutores a possibilidade de alcançar em Minas o que chama de votação "histórica".
Quer ainda usar como fator de mobilização o fato de Aécio ser um ex-governador mineiro bem avaliado na disputa pelo Planalto, como Juscelino Kubitschek em 1955.
A tarefa, contudo, depende da construção de uma candidatura competitiva ao governo do Estado, o segundo colégio eleitoral do país, com pouco mais de 15 milhões de eleitores. Caberá a Pimenta articular esse nome.
| Eduardo Knapp-9.ago.01/Folhapress | ||
 |
||
| Fundador do PSDB, Pimenta da Veiga voltou à cena política após dez anos para preparar caminho eleitoral de Aécio Neves em MG |
De antemão, o ex-ministro nem considera a possibilidade de que Aécio não vença em seu reduto eleitoral, mesmo com a presidente mineira Dilma Rousseff na disputa.
O ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso tem evitado citar números, mas avalia que a votação terá que compensar eventuais dificuldades em outros Estados.
A maior votação já alcançada em Minas por um candidato a presidente foi em 1994, quando FHC abriu três milhões de votos sobre o petista Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano obteve 64,8% dos votos válidos no Estado.
Portanto, a diferença que Aécio teria que abrir teria essa disputa como parâmetro. Pimenta pretende ter o nome do candidato ao governo de Minas até o final do ano.
Quatro nomes estão colocados para a disputa, sendo três tucanos: o deputado federal Marcus Pestana, o deputado estadual Diniz Pinheiro e o secretário de Estado Narcio Rodrigues. O quarto é o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP).
Sobre Marcio Lacerda (PSB), Pimenta pouco tem considerado, já que o prefeito de Belo Horizonte tem resistido a concorrer.
O principal concorrente do grupo aecista ao governo de Minas deve ser o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
Nas suas conversas, Pimenta não deixa transparecer preferências e não fecha as portas para eventuais outros nomes. Também nega que irá concorrer.
Aécio deve retomar a agenda de viagens no final de agosto, na condição de presidente nacional do PSDB. São Paulo deverá ser o primeiro destino.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
 |