Folha de S. Paulo


Rio tem mais uma noite com protesto e confronto com a polícia

A Polícia Militar retirou na noite de quarta-feira (31) um grupo de cerca de 40 manifestantes que invadiu o plenário da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, no centro do Rio.

De acordo com um funcionário da Câmara ouvido pela Folha, o grupo pretendia passar a noite acampado no plenário. Durante a retirada houve tumulto, empurrões e gás de pimenta.

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Parte do manifestantes, que forçaram a entrada no prédio, estava com o rosto encapuzado. Durante a invasão, um dos participantes avisou ao chegar que não haveria agressão, mas que todos iriam seguir em direção à área interna do Palácio Pedro Ernesto, prédio histórico que abriga o poder legislativo municipal.

Dez pessoas subiram as escadas que levavam ao plenário. Logo depois, a porta de acesso entre o térreo e segundo pavimento foi fechada por um segurança. Os demais manifestantes permaneceram em um pátio interno, situado logo após o portão lateral, acesso usado no horário de expediente por políticos e funcionários da Câmara.

Dentro desta área intermediária, em uma cabine envidraçada, estava um segundo funcionário com as chaves de diversos gabinetes e salas do palácio. Os manifestantes pediram que ele liberasse os acessos. O segurança argumentou que a Câmara estava em recesso e, por isso, não faria sentido passar a noite no local à espera dos vereadores.

Durante a breve negociação, uma equipe da PM entrou no palácio. Alguns permaneceram no térreo e outros foram procurar os dez manifestantes espalhados pela Câmara. O saguão principal era ocupado por mascarados, fotógrafos e cinegrafistas, e um índio usando um cocar azul.

Do lado de fora, a multidão aplaudia os ocupantes e observavam a movimentação interna através das grades do portão de acesso principal. A polícia retirou os invasores da área social do palácio sob vaias.

Minutos depois, o portão de acesso ao saguão principal foi aberto à força pelos manifestantes que estavam do lado de fora da Câmara. A polícia retornou para proteger o prédio e jogou gás de pimenta para expulsar os que tentavam entrar.

O piso do saguão ficou manchado por uma tinta verde. De acordo com o tenente-coronel Mario Andrade, os manifestantes lançaram a tinta na direção dos policiais. "Prendemos um manifestante com várias bombas no bolso, dessas conhecidas como cabeção de nego. Ele foi detido do lado de fora da Câmara", disse Andrade à Folha.


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