A obra do Campus Fidei, local onde seria celebrada a missa do papa Francisco em Guaratiba, zona oeste do Rio, apresentou irregularidade que poderia obstruir passagem da água de canal da região. O terreno acabou ficando alagado e a cerimônia teve de ser transferida para Copacabana (zona sul).
De acordo com auto de infração emitido pela Fundação Rio Águas, responsável pela gestão de rios no município, a organização da Jornada Mundial da Juventude instalou manilhas com tamanhos insuficientes para escoar as águas de uma chuva de "média intensidade". O caso foi revelado pelo jornal "O Dia".
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O local virou um lamaçal após uma chuva forte, mas dentro dos padrões históricos na região. O alagamento provocou a alteração do local da missa no dia 25, dois dias antes da data em que o local começaria a ser usado pelos peregrinos do evento.
A Rio Águas afirmou, por meio de sua assessoria, que a empresa Dream Factory não executou de imediato as intervenções solicitadas. Mas disse que, após a aplicação da multa de R$ 603, a organização do evento instalou outras manilhas, o que seria o suficiente para regularizar o sistema de drenagem.
A Dream Factrory afirmou que a responsabilidade pela obra é da organização do evento. A empresa foi contratada pelo comitê organizador, que não se pronunciou até a conclusão desta edição.
De acordo com a fundação, a manilha seria usada para deságue do Canal 2, que corta o terreno. O auto de infração afirma que a não adequação das manilhas poderia "acarretar graves alagamentos". Segundo o município, porém, o lamaçal não foi provocado por cheia dos rios da região.
Foi publicado ontem o decreto para iniciar o processo de desapropriação do terreno, de 1,3 milhão de metros quadrados. O objetivo é construir no local um bairro popular, para atender aos moradores de favelas da região.
O dono do terreno é a construtora Vila Mar, que tem como um dos sócios o empresário de ônibus Jacob Barata Filho, filho do chamado "rei dos ônibus" Jacob Barata.
O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, disse que a igreja não terá participação no projeto que prevê a criação de um bairro popular no terreno onde seria o campo da fé, local da missa celebrada pelo papa.
"O prefeito me consultou antes de anunciar o projeto. Disse a ele que o uso social daquele espaço era visto como algo muito positivo pela igreja. Mas não temos participação nisso."