Folha de S. Paulo


Grupo que protesta contra o governador hostiliza peregrinos

Em mais um protesto contra o governador do Rio, Sérgio Cabral, manifestantes caminharam cerca de 7 quilômetros do Leblon a Copacabana, na zona sul, e se encontraram com peregrinos da Jornada Mundial da Juventude que voltavam para casa.

Segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 1.500 pessoas participaram do ato. Entre os manifestantes havia um clima antirreligioso. Gritavam "não é procissão, é manifestação" e faziam provocações como "Inha inha inha, viva a camisinha". Além disso, vaiaram os peregrinos.

Já entre os fiéis que foram ver o papa Francisco havia um misto de curiosidade e medo com relação aos manifestantes estridentes e mascarados. Alguns peregrinos se esconderam dentro de lanchonetes à medida que o protesto avançava.

Em uma delas aconteceu uma pequena disputa. De um lado, os peregrinos cantaram: "Esa és la juventud del papa". A resposta dos manifestantes era: "Vem para a rua".

Restaurantes e mercados da avenida Nossa Senhora de Copacabana baixaram as portas com a aproximação dos manifestantes, o que causou reclamações.

"Não precisa fechar, não. A gente não é bandido, bandidos são eles que estão no poder", disse uma manifestante. Alguns mascarados integravam o grupo -em outros protestos, eles entraram em confronto com a polícia.

Eles gritavam palavras de ordem como "Fora Cabral" e cantavam: "Não adianta me reprimir, esse governo vai cair". O protesto teve início na rua do governador. Até a conclusão desta edição, não houve registros de violência.

Daniel Marenco/Folhapress
Manifestantes mascarados marcham no Rio em novo protesto contra o governador Sérgio Cabral
Manifestantes mascarados marcham no Rio em novo protesto contra o governador Sérgio Cabral

AÇÃO DA PM

Além da presença de peregrinos, havia outra diferença no protesto de ontem: a ação da polícia. Dessa vez, cinco equipes com 20 policiais cada acompanharam o grupo desde o Leblon.

No início do protesto, os PMs também usaram uma abordagem diferente: eles se misturaram com o grupo e pediam para revistar mochilas. Após a revista, um rapaz, aparentando 25 anos, foi levado para averiguação na 14ª Delegacia de Polícia porque os policiais encontraram uma faca na sua mochila.

Há uma semana, outro ato no mesmo local terminou em confronto entre policiais e manifestantes, que se espalharam pelas ruas do bairro e de Ipanema. Ao menos 25 estabelecimentos comerciais foram depredados ou saqueados.


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