Folha de S. Paulo


Fé é mais forte que o frio e a chuva, diz papa

Uma Copacabana lotada, com fiéis eufóricos sob o frio e a chuva e registros de desmaios em série causados pela aglomeração próxima ao palco, recebeu Francisco no início da noite de ontem no Rio, no primeiro ato do papa dedicado aos jovens.

A uma multidão de peregrinos, o pontífice disse que "o trem" da Jornada Mundial da Juventude chegou à última etapa do projeto "bote fé".

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"Sempre ouvi dizer que os cariocas não gostam do frio e da chuva. Mas vocês estão mostrando que a fé é mais forte que o frio e a chuva. Vocês são verdadeiros guerreiros."

O papa apareceu às 17h20, quando subiu no papamóvel e iniciou o percurso do Forte de Copacabana até o palco da jornada, no Leme. Por toda a praia, onde foram instalados telões, o público reagia aos berros à sua imagem.

Sorridente, Francisco beijou crianças e distribuiu acenos. Recebeu até um chimarrão de um peregrino, sorveu o mate e devolveu a cuia.

Marcelo Justo/Folhapress
Vista da multidão na praia de Copacabana, no Rio, durante o primeiro ato do papa Francisco dedicado aos jovens
Vista da multidão na praia de Copacabana, no Rio, durante o primeiro ato do papa Francisco dedicado aos jovens

O clima era de comoção, mas houve também momentos tensos. Os que chegaram cedo e conseguiram ficar próximo às grades que separavam o povo do papamóvel foram pressionados pela multidão. A plateia tinha muitos idosos, que sofreram mais.

Em apenas 30 minutos, a Folha viu mais de 20 pessoas sendo carregadas para o posto médico mais próximo do palco. Resgatar os desmaiados do meio da multidão exigia grande esforço dos voluntários, já que a aglomeração dificultava o deslocamento. Muitos vinham arrastados.

Nas cercanias do palco havia grande desorganização, o que afetou os cadeirantes e padres que tentavam chegar às áreas designadas em frente ao palco, mas não conseguiam avançar. Até cardeais tiveram dificuldades: alguns só chegaram após o papa.

O transporte público também mostrou que não está totalmente preparado para atender a multidão. Muitos reclamaram que demoraram bastante para conseguir chegar, principalmente de ônibus, a Copacabana.

Ao final do evento, o povo se espalhava em pelo menos seis quadras de fila para tomar o metrô na estação mais próxima ao palco, a Cardeal Arco Verde. Outras estações no entorno também estavam lotadas e tumultuadas, e a praia seguia com milhares de fiéis ainda acompanhando os shows. Todos os lugares que vendiam comida estavam lotados.


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