Folha de S. Paulo


Comércio contabiliza prejuízo após protesto no Rio

Na manhã seguinte aos protesto em Ipanema e Leblon, comerciantes e bancos contabilizam ainda as perdas da depredação. Ao menos, cinco agências bancárias foram depredadas. Lojas, bancas de jornal e portarias de prédios também foram alvo de pedras e outros objetos lançados por manifestantes.

Uma das lojas mais afetadas foi a Toulon, no Leblon. Manifestantes quebraram vidros e invadiram o comércio. Roupas, calçados e acessórios foram saqueados.

Eduardo Balesteros, dono da loja, chorava na manhã desta quinta-feira ao visitar o local e constatar os estragos.

Poucas peças sobraram nas prateleiras. Até manequins foram queimados, junto com roupas usadas para formar as barricadas de fogo que se espalharam pelas ruas dos dois bairros. "São vândalos. Eles não têm respeito. São anos de trabalho [perdido]. Isso é um péssimo exemplo para o resto do Brasil e para o mundo inteiro numa época em que estamos recebendo estrangeiros para a visita do papa", disse o empresário.

Segundo Balesteros, a loja está instalada no Leblon há oito anos. "Eu nunca vi uma maldade tão grande."

Bares também foram afetados. No tradicional Jobi, uma bomba de gás atingiu o local e assustou os frequentadores. Em restaurantes com mesas na calçadas, houve tumulto e medo entre os clientes, que correram para se esconder dentro dos estabelecimentos.

O Itaú Unibanco disse, em nota, que "é a favor de demonstrações pacíficas e democráticas, por isso lamenta a depredação das agências". O banco afirmou ainda que "a instituição está trabalhando na manutenção dos estabelecimentos para que eles voltem a operar normalmente o quanto antes". Não foi informado, porém, o número de agências afetadas nem o prejuízo.

A Comlurb, estatal responsável pela limpeza urbana, contabilizou, ao menos, 100 lixeiras depredadas. Muitas delas foram queimadas nas barricadas.


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