Folha de S. Paulo


Manifestantes criticam Cabral e vinda do papa em frente à casa do governador no Rio

Cerca 500 manifestantes estão nas esquinas da avenida Delfim Moreira com a rua Aristídes Espínola, no Leblon (zona sul do Rio), para protestar contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Pela primeira vez nas manifestações, os gritos de guerra envolveram também a vinda do papa Francisco, que chega ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude na próxima segunda-feira (22), no Rio de Janeiro. O evento tem recebido apoio de recursos públicos.

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Há pouco, um boneco do governador foi queimado. Apesar disso, a manifestação segue pacífica e sem registro de incidentes. Por volta das 18h15, os manifestantes começaram a cantar: "Do papa eu abro mão, eu quero meu dinheiro para saúde e educação".

Mais cedo, um rapaz que vestia uma máscara do personagem V de Vingança, disse que pretende fazer manifestações todos os dias durante a Jornada Mundial da Juventude.

O grupo de manifestantes ocupa a pista no sentido em direção à zona oeste. A Guarda Municipal teve que bloquear o trânsito no quarteirão anterior. Alguns manifestantes estão com os rostos cobertos no protesto.

A PM isolou com grades o acesso à rua onde fica o prédio do governador. Dentro da área cercada, há uma fileira de ao menos 30 policiais, equipados com escudos, capacetes e cassetetes. Os agentes, porém, não estão identificados como sendo do Batalhão de Choque.

Erbs Jr./Frame/Folhapress
Manifestantes protestam em frente à residência do governador do Rio, Sérgio Cabra, no Leblon
Manifestantes protestam em frente à residência do governador do Rio, Sérgio Cabra, no Leblon

Viaturas do Polícia Militar foram chamadas para fazer a segurança do local. Um veículo adquirido recentemente pela PM, para dispersar os manifestantes com jatos de água, também já está posicionado. Dentro da área isolada, a Folha verificou que há pelo menos cinco policiais sem seus nomes identificados na farda.

Os manifestantes contrários ao governador pedem sua saída, com dizeres como "Fora Cabral". Uma faixa traz duas ilustrações, uma de Cabral e a outra do prefeito do Rio, Eduardo Paes, com grandes narizes de "Pinóquio" e a seguinte inscrição: "Fora Cabral, Fora Eduardo Paes. Impeachment já!". Na faixa, os manifestantes convocam as pessoas a irem às ruas.

O ato de protesto acontece a uma semana da visita do papa ao Rio. Uma das principais preocupações da equipe de segurança brasileira são as possíveis manifestações durante a estadia do pontífice no Rio.

TRÂNSITO

O protesto deu um nó no trânsito na zona sul do Rio e atrapalha quem volta para casa na Barra ou quem trabalha no bairro na zona oeste e regressa para o centro ou a zona sul. A autoestrada Lagoa-Barra está interditada nos dois sentidos, na altura da Rocinha, devido a uma outra manifestação na via em protesto por conta da morte de um adolescente da comunidade.

Por causa desta interdição, o sentido São Conrado da avenida Niemeyer foi reaberto e, neste momento, a via funciona normalmente nos dois sentidos. O trânsito apresenta retenções na região. Equipes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) do Rio orientam os motoristas na região.


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