Folha de S. Paulo


Papa não tem relação com pecados de governantes brasileiros, diz Paes

Ao ser questionado sobre a possibilidade de haver protestos durante a Jornada Mundial da Juventude, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse que os manifestantes devem levar em conta que o papa não tem relação com os pecados dos governantes brasileiros. A declaração foi dada à imprensa nesta terça-feira (16) durante apresentação do plano operacional para o evento, que acontece entre os dias 23 e 28 de julho na cidade.

"O Brasil é uma sociedade democrática, livre, e o Rio é uma cidade tradicional nas manifestações. Portanto, os protestos continuam sendo respeitados. Acho que o papa Francisco não tem relação direta nenhuma com os pecados dos governantes brasileiros a não ser perdoá-los quando há confissão", disse Paes.

Rio deve receber 800 mil turistas na Jornada Mundial da Juventude, diz Riotur
70 mil pessoas devem passar pelos aeroportos durante a Jornada, afirma Infraero
Público pode levar 10h para sair após missa do papa em Guaratiba, diz prefeitura
Chuva preocupa organizadores de missa da Jornada da Juventude
Arcebispo de São Paulo defende gastos com a Jornada

"Se alguém quiser reclamar de questões ligadas ao prefeito, ao governador, a presidente da República, não me parece que o papa é a pessoa mais adequada para ouvir essa manifestação. Eu não sei se o papa tem culpa dos 20 centavos [da passagem de ônibus], não sei de o papa tem culpa da eventual corrupção da política brasileira. Acho que pelo contrário, o papa Francisco é a representação de valores que nos unem e não nos separam", acrescentou.

O Rio deve receber ao menos 800 mil turistas durante a Jornada Mundial da Juventude, encontro internacional de jovens católicos que será realizado entre os dias 23 e 28 de julho na capital, segundo a Riotur (estatal de turismo da cidade).

Desse total, apenas 300 mil turistas se credenciaram junto a organização da Jornada e receberam o kit peregrino (com itens como mochila e boné). Em entrevista coletiva, Paes disse que o principal desafio será a mobilidade urbana.

'Tudo é preocupante já que o evento dura uma semana. Você imagina que Copacabana vai ter um Natal e dois Réveillons ao mesmo tempo. Depois, Guaratiba tem mais um Réveillon', afirmou o prefeito, que demonstrou preocupação com a dispersão do público na zona oeste.

De acordo com Carlos Roberto Osório, secretário de Transportes do Rio, mais de 5 milhões de pessoas devem circular pela cidade durante a Jornada Mundial da Juventude. "A orientação é que elas usem exclusivamente o transporte público. Esse evento do ponto de vista de deslocamento de população é o mais complexo que vamos receber", admitiu.


Endereço da página:

Links no texto: