Folha de S. Paulo


Após vaias, Dilma recebe representante de prefeitos

O presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, descartou nesta quinta-feira (11) que tenha havido falha de comunicação do governo nos anúncios a prefeitos feitos pela presidente Dilma Rousseff ontem.

Ele se reuniu no final desta manhã com a presidente no Palácio do Planalto, a convite dela. Ontem, apesar de ter sido aplaudida no início de sua fala pelos presentes na plateia da 16ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, Dilma ouviu gritos por revisão do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), não mencionada em seu discurso.

Governo amplia piso para saúde na rede básica

Pauta tradicional da CNM, que organiza o encontro, a ampliação dos repasses do fundo foi reivindicada pelo presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, nas tratativas que antecederam o evento.

Dilma anunciou R$ 20,4 bilhões para municípios, mas foi vaiada por dizer inicialmente que repassaria R$ 3 bilhões para educação e saúde.

Roberto Stuckert Filho/Divulgação/PR
Dilma Rousseff durante audiência com Paulo Ziulkoski, Presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios)
Dilma Rousseff durante audiência com Paulo Ziulkoski, Presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios)

Ziulkoski disse nesta quinta-feira que os prefeitos "estão muito focados na questão do FPM". "Embora o que foi anunciado ali representa até mais do que nós estávamos tentando no acordo, só não é permanente, é transitório, talvez faltou entendimento do plenário do que foi realmente anunciado."

Segundo ele, a marcha deste ano teve, "em termos concretos", mais anúncios do que nos anos anteriores. No ano passado, Dilma também foi vaiada pelos prefeitos --falava sobre a divisão das receitas dos royalties do petróleo, temas sensíveis na pauta dos prefeitos à época.

"Às vezes o governo anuncia planos que vão começar a ocorrer daqui a um ano, dois, três ou quatro. Mas muitos dos pontos ali que foram anunciados são objetivos e concretos. Por exemplo, uma parte de R$ 1,5 bilhão já entra em agosto. É concreto, é real", disse Ziulkoski.

"Isso ameniza a crise. A crise é muito séria, muito profunda", disse.

Depois da reunião, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou que a presidente se comprometeu a se reunir de três a quatro vezes ao ano com representantes da confederação. A ideia, segundo ela, é estabelecer uma mesa permanente de negociações.

Aliados do Palácio do Planalto e prefeitos criticaram ontem a comunicação do governo. Agora, a estratégia é aproximar das entidades municipalistas --à reboque da mudança de comportamento com outras entidades sociais.

"Estamos vendo que há disposição efetiva do governo, embora tenha havido ontem algumas questões traumáticas, mas a presidente, pela sua sabedoria, está sabendo superar e nós também", disse o presidente da CNM.


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