Folha de S. Paulo


Mercadante rebate críticas de cardiologista de Dilma sobre médicos estrangeiros

Ao falar sobre as mudanças nos cursos de medicina, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, rebateu a crítica de Roberto Kalil Filho, que cuida da saúde da presidente Dilma Rousseff e disse que "não adianta jogar os médicos [num hospital] se não houver estrutura".

"A crítica é sempre bem-vinda. Agora, evidente que eu não vou ter no interior do semiárido nordestino, ou no meio da Amazônia, a mesma estrutura do [hospital] Sírio-Libanês, onde ele [Kalil] trabalha. Não terá, nem hoje nem amanhã", diz o ministro da Educação ao defender que formandos em medicina tenham de trabalhar dois anos no Sistema Único de Saúde.

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Para Mercadante, regiões remotas do país precisam de médicos que atuem "numa situação de emergência". Ainda que os novos profissionais não venham a encontrar "uma estrutura do Sírio-Libanês", as pessoas que vivem nessas áreas continuarão precisando de atendimento.

Durante o debate sobre a medida provisória que mudará o curso de medicina, Mercadante admite que pode haver alterações. Ele diz que a ideia é que o período de dois anos de trabalho compulsório no SUS "contará para a residência" do novo médico.

EDUCAÇÃO

Mercadante antecipou que o valor da bolsa a professores do ensino médio da rede pública para cursos de aprimoramento deve ficar em cerca de R$ 200. Este é o mesmo valor pago hoje a professores da alfabetização que têm bolsa de estudo semelhante.

"Nós não temos como ir muito além disso porque nós temos 660 mil professores no ensino médio. Então, o impacto é muito grande no orçamento do MEC", afirmou Mercadante. No caso dos professores monitores, o valor da bolsa deve ficar em R$ 750.

O ministro, que foi ao Congresso negociar a aprovação da destinação dos royalties do petróleo para educação, disse contar com esses recursos para aumentar o investimento no setor. Ele disse acreditar que, aprovado o projeto, a educação já vai contar com cerca de R$ 4 bilhões a mais de recursos no próximo ano.

"A partir do ano que vem, imagino que possa chegar a R$4 bilhões", afirmou. Acrescentou que o dinheiro dos royalties vai ajudar na busca de elevar o investimento em educação no país para 10% do PIB, projeto em tramitação no Congresso, mas não bancará a conta sozinho.

"Os royalties vão contribuir por uma parte, mas não resolve 10% do PIB em dez anos. Não tem uma fonte de financiamento", declarou o petista.


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