Folha de S. Paulo


Alckmin critica plebiscito proposto por Dilma e diz que governo petista age na "correria"

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez na manhã desta quarta-feira (3) sua fala mais dura contra o plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff (PT) ao Congresso Nacional.

O tucano, que até então vinha evitando polemizar sobre o assunto, disse que as medidas propostas pela presidente estão sendo elaboradas com "açodamento" e que é preciso "entender melhor esse novo Brasil que nasceu das ruas".

"É preciso entender melhor esse novo Brasil que nasceu das ruas. Não é só uma questão eleitoral. Há uma questão política que precisa ser enfrentada, mas há a questão da saúde, da mobilidade urbana, da impunidade, da eficiência do gasto público, a questão econômica --de um lado inflação e do outro baixo crescimento. Há um conjunto de questões mais profundas. Da forma como está sendo colocada parece que com quatro cinco perguntas vai se responder tudo", disse Alckmin.

Editoria de Arte/Folhapress

O governador disse ainda que o governo Dilma está agindo "na correria" e de forma "confusa". "Entendo que a reforma política que deveria ter sido feita no primeiro ano do atual governo e da atual legislatura, infelizmente ela não ocorreu e agora as coisas estão numa correria enorme e confusas", afirmou.

"Primeiro, a constituinte, uma proposta sem sentido. (...) Aí a questão do plebiscito. E ela é complexa. Isso pode custar de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões de reais. E qual pergunta? A favor do financiamento público ou privado? Se o Brasil tivesse quatro, cinco partidos? Poderia até se pensar sobre isso. Agora, com mais de 30 partidos políticos? Como vai se aprovar financiamento público de campanha?", indagou.

Na segunda-feira (1°), a presidente Dilma fez uma crítica velada ao governador tucano. Dilma disse que não adotaria medidas demagógicas, como cortar cargos não ocupados, dias depois de Alckmin ter anunciado um conjunto de cortes de despesas, que incluíam a extinção de cerca de 2 mil cargos vagos no governo.

Questionado sobre o assunto, Alckmin disse que Dilma "certamente" não estava se referindo ao estado de São Paulo. "O que eu coloquei claramente é que não vamos inventar dinheiro. Quando ninguém diz o que vai cortar, pode escrever: vai diminuir investimento. E tudo o que o Brasil não pode ter é redução do investimento."


Endereço da página: