Folha de S. Paulo


Presidente fará reunião ministerial para evitar 'paralisia' do governo, afirma ministro

A presidente Dilma Rousseff fará uma reunião ministerial nesta segunda-feira (1) para cobrar uma ação de seu governo em resposta às manifestações que se disseminaram por todo o país nas últimas semanas.

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De acordo com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), a intenção é repassar aos titulares da Esplanada "resoluções" e "encaminhamentos" do governo.

"E também fazer recomendações de como se conduzir [as ações do governo]. Quer dizer, não deixar os projetos pararem, todos saberem de que forma estão sendo encaminhadas as reivindicações, e também garantir que não haja paralisia ou retrocesso dos programas sociais que estamos tocando", afirmou o ministro após participar de reunião com a presidente no Palácio da Alvorada neste domingo (30).

Bernardo disse ainda que a presidente terá nesta semana mais uma agenda para tratar do plebiscito sobre uma reforma política no país. Partidos da oposição e "mais à esquerda", como o Psol, serão convidados, além de empresários. "Está sendo organizada uma agenda para a semana."

Bernardo afirmou que a mensagem sobre o plebiscito está em processo de elaboração, a cargo do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e do vice-presidente Michel Temer. "Achamos importante ouvir a população sobre um tema que não tem avançado por divergências, por dificuldades na área política."

Hoje, ao menos oito ministros se encontraram com a presidente Dilma Rousseff no Alvorada: além de Paulo Bernardo, José Eduardo Cardozo, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Luiza Bairros (Igualdade Racial), Eleonora Menicucci (Mulheres), Aloizio Mercadante (Educação), Alexandre Padilha (Saúde) e Helena Chagas (Comunicação Social).

DATAFOLHA

O ministro Paulo Bernardo afirmou que a presidente recebeu com tranquilidade o resultado de pesquisa Datafolha, publicada na edição de domingo da Folha, que mostra que Dilma teria de enfrentar um segundo turno nas eleições de 2014.

"Ela está tranquila com o quadro e todos nós estamos tranquilos. Até porque nós sabemos que esse não é um problema exclusivamente do governo federal", disse, em referência aos protestos em todo o país.

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse que a presidente está "sensível ao que vem das ruas". "O governo federal busca reagir, construir e absorver as propostas e dar alternativas para a população", afirmou ao deixar a residência oficial da Presidência.

SAÚDE

O ministro afirmou que sua pasta estará empenhada nesta semana em acelerar a execução de recursos do governo federal repassados a Estados e municípios.

"A resposta que o governo federal está buscando construir é exatamente esse pacto para acelera os investimentos que já estão contratados, identificar mais hospitais que podem ser construídos, mais unidades de saúde, para a gente melhorar a saúde da população", disse.

Padilha afirmou que governadores e secretários estaduais e municipais de saúde serão convocados a Brasília para acelerar o andamento das obras. "Nós achamos que a população merece mais e melhores hospitais o mais rápido possível."


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