Folha de S. Paulo


PT e mais três legendas criam bloco em defesa de plebiscito

Após uma reunião de quase duas horas, quatro partidos governistas definiram nesta sexta-feira (28) a criação de um bloco em defesa do plebiscito para a reforma política proposto pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Os presidentes do PT, Rui Falcão, do PC do B, Renato Rabelo, do PDT, Carlos Lupi, e o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, se encontraram na sede da legenda comunista, em São Paulo.

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Os partidos fecharam questão na defesa de duas propostas consideradas prioritárias: o financiamento exclusivamente público de campanhas e o voto em lista fechada para as eleições legislativas.

Editoria de Arte/Folhapress

Esses pontos coincidem com os defendidos pelo PT. Segundo Renato Rabelo, escalado para falar pelo grupo após a reunião, há um consenso entre os quatro partidos sobre essas duas propostas.

Ainda segundo o dirigente, PT, PSB, PC do B e PDT também foram unânimes ao defender que as mudanças sejam válidas já na eleição de 2014, como prefere Dilma.

As quatro legendas descartaram, no entanto, perguntar à população no plebiscito se as regras poderiam valer para o 2014 mesmo que sejam aprovadas fora do prazo legal de um ano antes da data da eleição.

O PT, conforme afirmou Rui Falcão na quinta-feira, cogita da possibilidade de apresentação de uma emenda constitucional com validade transitória para diminuir o prazo limite para a regulamentação.

Os quatro partidos deverão criar o Fórum Nacional em Defesa da Democracia e do Plebiscito, composto por seus quatro presidentes. Uma segunda reunião foi marcada para a próxima quarta-feira, em Brasília, na sede do PSB.

Segundo Rabelo, esse grupo deverá participar de articulações com outros partidos da base aliada, como o PMDB, e promover uma campanha em defesa do plebiscito.

Para isso, pretende estimular movimentos sociais, sindicatos e entidades estudantis ligadas às legendas a convocarem manifestações sobre o tema.

Rabelo afirmou que, na reunião desta sexta, não foi discutida a possibilidade de o fim da reeleição ser incluído entre os temas do plebiscito, proposta que prejudicaria Dilma e tem a oposição do governo.

"A reeleição é um direito constitucional da presidenta. Ela foi eleita com a vigência desse sistema. [Extinguir a reeleição] Seria, ouso dizer, uma tentativa de golpe", disse Rabelo.

Para ele, a alteração dessa regra e da duração dos mandatos (que poderiam passar de quatro para cinco anos) criaria uma "bagunça jurídica" e poderia "quebrar leis e preceitos importantes da Constituição".


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