Folha de S. Paulo


Meirelles é ouvido sobre acusações de Valério

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles depôs nesta segunda-feira na Polícia Federal no inquérito aberto a partir de acusações feitas pelo publicitário Marcos Valério, pivô do mensalão.

Meirelles foi ouvido para esclarecer sobre supostas idas de Valério ao Banco Central, no período em que era presidente do banco. Ele foi ouvido na condição de testemunha e acompanhado no depoimento por Isaac Ferreira, procurador-geral do BC. Foi aberta uma investigação específica sobre esse tema.

Zanone Fraissat/Folhapress
Ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, depõe à PF no inquérito aberto a partir de acusações feitas pelo publicitário Marcos Valério
Ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, depõe à PF no inquérito aberto a partir de acusações feitas por Marcos Valério

Na saída, Meirelles afirmou à Folha: "Este é um assunto do Banco Central e estou aqui para colaborar com o Banco Central."

"O ex-presidente do BC foi ouvido apenas na qualidade de testemunha, por ter estado à frente do BC por 8 anos, tendo esclarecido que nunca se reuniu com o Sr. Marcos Valério e sequer recebeu pedido de audiência", disse Isaac Ferreira, após o depoimento.

Editoria de Arte/Folhapress

"Além disso, esclareceu que não houve nem há em curso qualquer medida tomada decorrente de eventual audiência realizada com outros dirigentes do BC", completou o procurador-geral do BC.

As acusações feitas por Valério em depoimento formal levaram a abertura de outra investigação para apurar o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o caso. O inquérito é comandado pela PF no Distrito Federal.

A investigação contra Lula e o ex-ministro Antonio Palocci começou após Valério declarar ao Ministério Público, em setembro, que os dois petistas negociaram com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de US$ 7 milhões ao PT.

Essa é a primeira vez que se investiga a possível participação do ex-presidente no esquema do mensalão.
Valério foi ouvido em Minas Gerais pela delegada Andrea Pinho, a responsável na PF pelo inquérito. Mas, na maior parte do tempo, o empresário ficou calado.


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