Folha de S. Paulo


Crítico do governo Dilma, Eduardo Campos censura 'quem torce para dar errado'

Após fazer inúmeras críticas ao desempenho da economia no governo Dilma Rousseff, o governador de Pernambuco e potencial candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), censurou nesta segunda-feira (10), sem citar nomes, os que "torcem para [para o desempenho econômico do país] dar errado".

"Eu acho lamentável que as pessoas, para viabilizar uma candidatura, tenham que torcer para dar errado", afirmou o governador, em um evento no Recife.

"Estamos chegando ao meio do ano e devemos centrar os nossos esforços [em] ajudar o Brasil a se entender em torno de uma agenda do crescimento econômico. Temos que voltar a crescer, segurando a inflação. Não podemos fazer uma coisa ou outra", disse Campos.

Zanone Fraissat - 15.mar.2013/Folhapress
O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), em março deste ano
O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), em março deste ano

O governador, contudo, não deixou de fazer ressalvas à condução da economia pelo governo federal. "Muitas ações foram deflagradas, mas a gente não teve uma retomada ainda na proporção que desejamos."

Campos citou ainda que "outros países têm conseguido" retomar o crescimento aos patamares pré-crise mundial. "Eles [países que retomaram crescimento] não tinham nem os fundamentos macroeconômicos tão sólidos como os do Brasil. Então é sinal de que o Brasil pode e a gente precisa ajudar o Brasil. Precisamos trabalhar isso de maneira a não privilegiar essa diferença eleitoral neste momento, minha gente. Porque o que nós estamos tentando é preservar ou não aquilo que todos nós construímos."

As declarações foram feitas após Campos ser questionado sobre a queda na popularidade da presidente, apontada em pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana.

O levantamento mostrou que a aprovação ao governo Dilma caiu de 65% para 57% em dois meses e meio. Suas intenções de voto caíram de 58% para 51% no cenário mais provável para as eleições do próximo ano.

Já Eduardo Campos manteve-se com 6% das intenções de voto e ocupa o quarto lugar, atrás também da ex-senadora Marina Silva (sem partido), com 16%, e do senador Aécio Neves (PSDB-MG), com 14%.

No domingo (9), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, saiu em defesa da presidente e chamou o recuo na popularidade de "oscilação normal".

"Precisamos saber se é uma tendência ou uma oscilação natural", disse Campos, sem mais detalhes. Ele disse não poder avaliar os números porque não havia feito uma "leitura com profundidade" da pesquisa.

Sobre a possibilidade de recuo na sua candidatura, o governador desconversou. "Sobre essas questões vamos conversar em 2014", disse.


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