Folha de S. Paulo


Considerado 'geninho', indicado para o STF é fã de Chico, Sinatra e charutos

Escolhido para ser ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, 55, era considerado como uma espécie de "geninho" por seus colegas nos tempos de estudante na faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), onde se formou em 1980.

Um ano depois de formado era professor assistente de Direito Internacional Privado; em 1995 passou em primeiro lugar no concurso para professor titular da universidade.

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Repetiu o primeiro lugar que havia conquistado quando fez concurso para a Procuradoria-Geral do Estado, em 1985.

Barroso acumula a função de procurador do Estado com o trabalho em seu escritório de advocacia, com sede no Rio e filiais em São Paulo e em Brasília. Por isso, normalmente divide sua semana entre as três cidades.

Publius Vergilius/Folhapress
O advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso, em seu escritório no centro do Rio
O advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso, em seu escritório no centro do Rio

Segundo a assessoria da Procuradoria-Geral do Estado, não há impedimento para que ele exerça a função paralelamente à atuação como advogado, desde que não assine causas contra o Estado A Constituição de 1988 limitou o acúmulo dos cargos de advogados e promotores ou procuradores de Justiça, mas não o dos procuradores do Estado.

Fã de Chico Buarque, Frank Sinatra, de bons charutos e bons vinhos, Barroso fala fluentemente inglês, espanhol e francês.

Há dois anos, os desembargadores do Tribunal do Rio fizeram um movimento e tentaram convencê-lo a disputar uma vaga de desembargador pelo Quinto Constitucional. Ele não aceitou. Educadamente disse que pensava em outra coisa para a carreira.

A seus amigos da magistratura costuma dizer que não tem "tendência política. Nem direita, nem esquerda".

A primeira vez que seu nome surgiu para uma vaga no STF foi no governo Lula, mas o escolhido acabou sendo o ex-AGU (Advogado-geral da União) Antonio Dias Toffoli.

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Seu pai, Roberto Bernardo Barroso, foi subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio e é considerado seu consultor e orientador na área de Direito Público. É uma das pessoas com quem ele conversa e troca ideias.

O advogado mantém um blog, no qual reúne seus artigos, entrevistas, além de opinar sobre temas diversos e divulgar poesias e músicas.

Segundo currículo divulgado pelo Palácio do Planalto, Barroso fez carreira em assuntos ligados à defesa dos direitos humanos.

Foi responsável pela defesa, no Supremo Tribunal Federal, de causas como a legitimidade das pesquisas com células-tronco embrionárias, equiparação das uniões homoafetivas às uniões estáveis convencionais, legitimidade da proibição do nepotismo, legitimidade da interrupção da gestação de fetos anencéfalos. Foi membro do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Ministério da Justiça.

Editoria de Arte/Folhapress

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