Folha de S. Paulo


PT quer CPI para apurar contratos em SP de investigados na Fratelli

A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo começou a coletar assinaturas para a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os contratos firmados entre o governo paulista com as empresas investigadas na Operação Fratelli.

Deflagrada em abril, a operação apura supostas fraudes em licitações, a maioria para serviços de pavimentação.

Assembleia cria CPI que nem o autor se lembra de ter pedido
Procuradoria pede bloqueio dos bens de envolvidos na 'máfia do asfalto'

Segundo o Ministério Público, houve irregularidades envolvendo 79 cidades do Estado de São Paulo no uso de verbas dos ministérios do Turismo e das Cidades. O caso foi chamado pelos procuradores de "máfia do asfalto".

O valor do desvio é estimado em R$ 1 bilhão em dinheiro federal, de acordo com a procuradoria.

Agora, o líder do PT na Assembleia, deputado Luiz Claudio Marcolino, quer uma investigação sobre o envolvimento do governo Geraldo Alckmin (PSDB) no caso.

O petista diz que desde 2003 o grupo Scamatti, que é alvo da operação, firmou contratos de R$ 600 milhões com o governo de São Paulo.

"As empresas do Grupo Scamatti, entre elas a Demop, seriam utilizadas para dar uma aparência de legitimidade aos processos licitatórios e contratuais", afirma o deputado.

De acordo com ele, os envolvidos na chamada "máfia do asfalto" se infiltraram no DER (Departamento de Estradas e Rodagem) entre os anos de 2008 e 2010.

O pedido do petista, porém, não deve prosperar na Assembleia, onde ampla maioria dos deputados faz parte da base aliada.

Desde que Alckmin assumiu em 2011, a bancada governista impediu o funcionamento de todas as CPIs propostas por parlamentares oposicionista.

A estratégia da base de apoio tem sido congestionar a fila de pedidos de CPIs com o objetivo de impedir a instalação de investigações propostas pela oposição. Só é permitido o funcionamento de cinco comissões de inquérito ao mesmo tempo.


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