Folha de S. Paulo


Alckmin defende que Aécio reedite 'Caravanas da Cidadania' de Lula

Após qualificar como "festa da unidade" o encontro que elegeu Aécio Neves (PSDB-MG) presidente do partido, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu que o mineiro reedite as "caravanas da cidadania" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na década de 90 após perder sucessivas eleições.

"Uma coisa correta que o presidente Lula fez quando perdeu a eleição para o Fernando Henrique foram as chamadas caravanas da cidadania. Está correto. Ele percorreu o país, o interior, o nortão do Mato Grosso, as novas fronteiras agrícolas, o semiárido. Acho que o Aécio deve liderar esse trabalho. Quem puder vai junto, no sentido de percorrer o Brasil, sentindo os problemas, os desafios, até para elaborar um bom programa de trabalho", afirmou o governador em evento no início da tarde desta segunda-feira em Guarulhos (Grande São Paulo).

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Apesar da defesa para Aécio percorra o país, o governador reafirmou que considera cedo para definir o candidato tucano que vai enfrentar Dilma Rousseff em 2014. "Esse ano não é para escolher candidato. Candidato deve ser escolhido no final do ano, no começo do ano que vem. Esse ano é de percorrer o Brasil, ouvir o povo, falar à população."

Segundo ele, a convenção do fim de semana foi a "festa da unidade. Todas as lideranças do PSDB, Oiapoque ao Chuí, estavam presentes".

O tucano sinalizou que o PSDB deve tocar em um ponto que, segundo economistas ligadas ao partido, é frágil no governo Dilma: o nível dos salários de empregos gerados nos últimos anos.

"Não tem um discurso só [para a oposição], tem um conjunto. Posso citar algumas, a primeira é a questão do emprego e renda, precisamos estimular mais o emprego e salários de maior valor. E o Brasil precisa ter competitividade, ter reformas estruturantes, não deixar a economia andar de lado."

Sem citar diretamente o governo Dilma, Alckmin declarou que o PSDB deve novamente apostar no discurso contra a corrupção. "O terceiro é o ponto de vista ético. A política é uma atividade essencialmente ética, senão não é política. É preciso recuperar valores, princípios, recuperar espírito público."

O governador ainda criticou o número de medidas provisórias, ao citar a aprovação da MP dos Portos, na semana passada. "Não sou favorável a ter tanta MP. A MP era para casos urgentíssimos, para ter uma a cada dois ou três anos. A MP não pode ser para tudo, porque você limita o debate, acaba fazendo um rolo compressor."


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