Folha de S. Paulo


Sessão que aprovou MP dos Portos foi a mais longa dos últimos 22 anos

A sessão da Câmara dos Deputados que varou a madrugada desta quinta-feira (16) e resultou na aprovação da Medida Provisória dos Portos foi a mais longa dos últimos 22 anos, segundo levantamento da Secretaria-Geral da Casa.

As discussões sobre as emendas à medida tirveram início às 11h09 de quarta-feira (15) e terminaram apenas às 9h31 de hoje. Foram 22 horas e 27 minutos de debates.

Presidente da Câmara diz que Dilma ligou para agradecer aprovação da MP dos Portos

SESSÕES MAIS LONGAS
1 MP dos Portos, 15.mai.2013
Duração: 22h27min
2 Eleição de Severino Calvanti, 14.fev.2005
Duração: 17h15min
3 Votação da CPMF, 9.out.2007
Duração: 17h15min
4 Debate sobre CPI do mensalão, 14.fev.2005
Duração: 16h5min
5 MP dos Portos, 14.mai.2013
Duração: 16h50min
6 Votação da CPMF, 26.set.2007
Duração: 16h28min
6 Votação da DRU, 8.nov.2011
Duração: 16h28min
8 Absolvição de dois deputados, 22.mar.2006
Duração: 15h15min
9 Absolvição de três deputados, 27.mai.1998
Duração: 15h53min
10 Reforma tributária, 18.dez.2003
Duração: 15h39min

O levantamento considerou como sessão contínua quando o intervalo entre uma e outra não ultrapassou uma hora. Assim, a votação do dia anterior, quando foi aprovado o texto-base da MP, foi a quinta mais longa, com 16 horas e 50 minutos.

Em segundo lugar no ranking das sessões mais longas, está a eleição em 2005 do deputado Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara. Foi a primeira vez que um candidato independente venceu a eleição.

Na época, a votação foi a segundo turno e Severino venceu o deputado candidato apoiado pelo governo, o petista Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).

Completam a lista das dez mais duas sessões que debateram a prorrogação da CPMF em 2007. Apesar de ter sido aprovada pela Câmara, a contribuição foi extinta pelo Senado, em uma das maiores derrotas do governo Lula no Congresso.

Em 2005, durante a crise do mensalão, uma sessão que durou 16 horas e 57 minutos debateu a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o escândalo.

O governo queria criar uma comissão só na Câmara, mas a oposição conseguiu a criação de uma CPI mista, que contou também com a participação de senadores.

DILMA AGRADECE

Depois da votação de 22h, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chamou a sessão de histórica e contou que a presidente Dilma Rousseff ligou elogiando a aprovação da proposta.

Segundo Alves, Dilma comentou a "firmeza, a determinação, o caráter democrático" como foi conduzida a votação em meio a um "clima muito radical".

"Eu disse: 'Não, aquilo é normal, presidenta. A oposição me respeitou muito porque eu respeitei muito a eles, então foi um clima de cordialidade, de luta normal no Parlamento e agora a senhora se preocupe com o Senado porque, na Câmara, eu cumpri o dever'", disse Alves.

Durante a madrugada, enquanto as discussões corriam no plenário, vários parlamentares abandonaram o debate e foram se refugiar no anexo conhecido como "cafezinho". Lá, se serviram de galinhada e arroz carreteiro. Muitos também aproveitaram para assistir futebol na TV -- o jogo que eliminou o Corinthians da Libertadores.


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