Folha de S. Paulo


Marina diz que não mudou de opinião em relação a Feliciano

A ex-senadora Marina Silva afirmou nesta quinta-feira (16) que sua declaração durante um debate em uma universidade em Pernambuco, na última terça, não representa uma mudança de posição em relação ao deputado Marco Feliciano (PSC-SP).

No debate, ela afirmou que ele "está sendo criticado por ser evangélico, e não por suas posições políticas equivocadas". "A gente acaba combatendo preconceito com outro. Porque se ele fosse ateu, eu não gostaria de combater as posições equivocadas dele dizendo que era porque ele era ateu", afirmou na ocasião. (veja no vídeo abaixo)

Marina diz que Feliciano é criticado 'por ser evangélico, e não por posições políticas'

A declaração causou polêmica nas redes sociais e, após a repercussão, Marina afirmou que sua fala foi interpretada de forma errada.

"Não houve uma mudança de fala, houve uma mudança de editor e de jornalista. Aquela manchete é claramente de encomenda para fazer o que foi feito, mas eu prefiro sofrer a injustiça do que praticar a injustiça", afirmou, em referência à reportagem do "Diário de Pernambuco", que divulgou as declarações.

Marina vem criticando a trajetória de Feliciano em relação à temática da comissão e critica sua eleição para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Ela defende, no entanto, que ele não seja atacado por ser pastor evangélico. A ex-senadora disse ainda que o que defende é que não se credite as posições políticas equivocadas de uma pessoa à crença dela.

"Porque eu não posso ter dois pesos e duas medidas, se alguém é evangélico eu digo que as posições equivocadas é porque se é evangélico. Se é ateu não é a mesma coisa. Se é judeu não é a mesma coisa. Se é católico não é a mesma coisa. Entende a complexidade do debate?"

Ela disse ainda que não pode parar de dizer o que pensa "só para ganhar simpatias eleitorais ou com medo que a imprensa vá deturpar". "Eu tenho que dizer aquilo que eu acredito porque, afinal de contas, é isso que vai contribuir para o debate."

Vídeo

STF

A ex-senadora disse ainda que a Rede moverá uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal caso a lei que inibe a criação de novos partidos políticos seja aprovada no Senado.

"Se o Senado não corrigir a inconstitucionalidade, nós vamos entrar com ação de inconstitucionalidade. O projeto é claramente inconstitucional", afirmou.

Como partidos em formação não podem propor esse tipo de ação, ela deve contar com apoio de siglas já constituídas para efetuar o pedido. O deputado Roberto Freire, presidente do PPS, já colocou seu partido à disposição para entrar com a ação.


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