Folha de S. Paulo


Campos atribui atraso nas casas para flagelados a entraves judiciais e municipais

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse na quarta-feira (15) que entraves judiciais e pendências com prefeituras atrasaram a entrega de casas às vítimas da maior enchente da história do Estado, em 2010.

Reportagens da Folha mostraram nesta semana que, quase três anos após a tragédia, nenhuma das obras prometidas por Campos em quatro cidades do interior de Pernambuco está concluída --a previsão era março de 2012.

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Campos gastou em quatro cidades verba liberada para 41

Segundo Campos, que esteve em Joinville (SC) apresentando o modelo de gestão de seu governo, houve problemas com desapropriações e com obras de infraestrutura que cabem aos municípios.

"Estamos construindo em área específica, mas não tem terreno disponível. Procuramos áreas de empresas desativadas, mas as desapropriações foram parar na Justiça, porque envolvem herdeiros. Daí essas áreas ficam sem titularidade e não se encaixam no Minha Casa, Minha Vida", disse o pessebista.

O governo de Pernambuco recebeu R$ 201 milhões do Ministério da Integração Nacional e da Caixa Econômica Federal para terraplanagem, construção e doação de 3.600 casas nas quatro cidades --Maraial, Água Preta, Barreiros e Palmares.

A Folha mostrou ainda que o governo Campos pediu e recebeu R$ 50 milhões (parte da verba total de R$ 201 milhões) para atender 41 cidades, mas reduziu a quatro após a liberação do dinheiro --a gestão diz que a mudança se deu após "seleção de prioridades".

Campos disse que há casas desocupadas porque faltam obras municipais. "Quatro mil casas estão prontas, mas os municípios precisam fazer o sistema de água e luz, é uma exigência do Minha Casa, Minha Vida", afirmou.


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