Folha de S. Paulo


Irmão de PC chama de 'factoide' acusação de tentativa de suborno

O irmão de PC Farias, o ex-deputado Augusto Farias, classificou a acusação de tentativa de suborno como um "factoide". Para ele, o assunto já está encerrado há 12 anos.

Na sexta-feira (10), o juiz Maurício Breda determinou que fossem encaminhadas ao Ministério Público acusações contra Augusto Farias feitas durante o julgamento da morte de PC Farias e de Suzana Marcolino.

Defensores da tese do duplo homicídio do caso PC celebram decisão
Júri diz que ex-seguranças são inocentes e que Suzana não matou PC Farias

No júri, dois delegados que apuraram o caso e indiciaram o irmão de PC afirmaram que um porta-voz dele, que seria o jornalista Roberto Baía, havia oferecido suborno durante a investigação do caso.

O deputado afirma que o jornalista foi absolvido em uma decisão da Justiça de Alagoas. "Informo ainda que o próprio promotor do caso requereu a absolvição do referido jornalista e a decisão transitou em julgado no dia 13 de novembro de 2001", completou.

Baía era o chefe da sucursal de Arapiraca (AL) do jornal "Tribuna de Alagoas", de propriedade da família de Paulo César Farias.

ABSOLVIÇÃO

Um júri popular absolveu na semana passada os quatro policiais acusados de envolvimento nas mortes do casal, ocorridas em junho de 1996.

Eles, porém, concluíram que PC e Suzana foram assassinados. A autoria do duplo homicídio até hoje é desconhecida.

Defensor da tese de crime passional, o advogado disse não se importar com a derrubada dessa versão. "A mim importam duas coisas: a convicção que tenho sobre os fatos e o resultado do julgamento", disse José Fragoso, advogado de Augusto e dos seguranças.

Augusto Farias chegou a ser indiciado em 1999 pela polícia alagoana por suspeita de ser o mandante do crime, mas o inquérito foi arquivado em 2002 no STF (Supremo Tribunal Federal) por falta de provas.

Ele e seus advogados sempre defenderam a tese de homicídio-suicídio por motivos passionais --a namorada de PC, Suzana Marcolino, teria matado o empresário e se suicidado em seguida.

A Promotoria e a família de Suzana comemoraram a decisão dos jurados.

Tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor, em 1989, PC foi o operador do esquema de corrupção que provocou o impeachment de Collor, em 1992.

Também procurado pela Folha, o legista Badan Palhares, autor do laudo adotado pela defesa dos Farias e dos policiais (homicídio-suicídio), não foi encontrado para comentar o assunto.

De acordo com a secretária do legista, ele estava incomunicável. (NELSON BARROS NETO)


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