Folha de S. Paulo


Campos está "comedido" sobre candidatura, diz presidente do PRB

O presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, disse nesta segunda-feira (13), após encontro com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que o viu "muito mais comedido do que propriamente em campanha como a gente vê na imprensa".

Os dois almoçaram na sede provisória do governo estadual, de onde Campos, cotado para disputar a Presidência em 2014, só tem saído nas últimas semanas para atender prioritariamente compromissos dentro do próprio Estado.

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O governador, que nos primeiros meses do ano manteve extensa agenda pelo país --sempre com discurso crítico em relação ao governo Dilma Rousseff--, chegou a recusar convites para eventos fora de Pernambuco nos últimos dias.

O recolhimento gerou rumores sobre um possível recuo de Campos em sua intenção de disputar a sucessão presidencial no próximo ano.

Pereira disse que, apesar de ver "chance" de o governador até chegar ao segundo turno em 2014, não avalia que neste momento a possível candidatura seja irreversível.

Aluisio Moreira/Divulgação
Eduardo Campos em encontro com dirigentes do PRB que aconteceu na sede provisória do governo de Pernambuco
Eduardo Campos em encontro com dirigentes do PRB que aconteceu na sede provisória do governo de Pernambuco

"Eu não diria que a candidatura do Eduardo é irreversível, porque na política não existe irreversibilidade", afirmou. "Política é igual a nuvem: você olha e está de um jeito, olha de novo e está de outro jeito."

O PRB hoje integra a base aliada de Dilma. Comandando o Ministério da Pesca. No entanto, Pereira diz ver com bons olhos uma eventual candidatura Campos. Principalmente, se vier acompanhada do apoio pessebista a Celso Russomanno (PRB) na disputa pelo governo de São Paulo.

"Evidentemente, isso tem um peso, poderíamos conversar sobre isso", disse Pereira. Na eleição para prefeito em 2010, o PSB paulista apoiou o candidato do PT, Fernando Haddad, que foi eleito.

O dirigente disse, entretanto, que se a eleição fosse hoje seriam "pequenas" a chance de o PRB apoiar uma candidatura de oposição à Dilma.

"Entretanto, a eleição será o ano que vem", afirmou. "Temos que aguardar e conversar com o governo, ver se a economia vai melhorar, para poder ver para que lado nós vamos em 2014", declarou.

Segundo ele, pesquisas internas nortearão as decisões do PRB. "Nós vamos fazer pesquisas, e se elas mostrarem o contrário [o não apoio a Dilma], podemos até mudar de opinião lá na frente."

Para Pereira, Campos precisaria de "no mínimo cinco minutos de televisão" para tornar sua eventual candidatura competitiva.

"Se eu estivesse no lugar dele com cinco minutos de televisão, eu disputaria a eleição. Agora, como compor isso, se o partido dele tem apenas um minuto e pouco? Tem que fazer composição com outros partidos, e isso é com ele."

O PRB, com oito deputados federais eleitos, poderia contribuir com cerca de 30 segundos.


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