Folha de S. Paulo


Polícia de MG prende sétimo policial em investigação sobre morte de jornalistas

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu nesta sexta-feira (10) em Nova Lima (região metropolitana de Belo Horizonte) mais um policial civil suspeito de envolvimento em pelo menos um dos 14 supostos crimes de extermínio ocorridos em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro.

Os assassinatos recentes de dois jornalistas estão relacionados a esses crimes, segundo a polícia.

Polícia cumpre mandados para elucidar assassinatos de jornalistas em MG

Sete policiais já foram detidos desde que ocorreram as mortes do repórter Rodrigo Neto de Faria e do repórter fotográfico Walgney Carvalho, do jornal "Vale do Aço", em março e abril, respectivamente.

Dos sete policiais presos, um é militar. A pedido da própria Polícia Civil, um deles foi solto pela Justiça.

Além dos policiais, a Polícia Civil informou que três homens foram presos na quinta-feira (9), em Ipatinga, durante operação para cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão. As prisões foram por porte ilegal de arma.

O delegado Wagner Pinto, que comanda a força-tarefa que investiga os casos, não especifica a participação de cada um dos presos. As investigações, que são acompanhadas por cinco promotores, correm em segredo de Justiça.

Ele disse apenas que foi "muito proveitosa" a operação para colher provas do envolvimento de pessoas suspeitas. "Foi uma etapa muito importante para o avanço dos inquéritos", afirmou.

O jornalista Faria estava ameaçado de morte porque vinha investigando e publicando reportagens sobre crimes na região mineira praticados supostamente por um grupo de extermínio. O governador Antonio Anastasia (PSDB) disse que essa "organização criminosa" vinha agindo por 20 anos na região.

Os inquéritos em apuração envolvem os crimes que o jornalista vinha cobrindo e as mortes dos próprios repórteres. A polícia não esclarece se os policiais presos tiveram envolvimento nas mortes do repórter e do repórter fotográfico do jornal "Vale do Aço".

Por causa dessa "organização criminosa" toda a cúpula da Polícia Civil na região do Vale do Aço foi substituída. Um delegado da Corregedoria da Polícia Civil assumiu o comando regional. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República também acompanha o caso.


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