Folha de S. Paulo


Ministro pede que Brasil destine 2% do PIB para despesas militares

O ministro Celso Amorim (Defesa) defendeu nesta quinta-feira (9) que o Brasil aumente do atual patamar de 1,5% para 2% do PIB (Produto Interno Bruto) o percentual de recursos que destina para despesas militares. A medida, segundo o ministro, colocaria o país no nível de outros emergentes.

"Temos que ter este referencial. Seria algo razoável para deixar o Brasil num nível compatível com seu status político e diplomático. Eu seria o último a negar a necessidade de mais recursos, mas tem havido um incremento constante", declarou Amorim, em discurso nas comissões de Relações Exteriores e de Defesa do Senado.

Amorim disse que Rússia, China, Índia e África do Sul destinam à área militar, em média, 2,5% de seu PIB.

Segundo o ministro, um aumento de meio ponto percentual do PIB é uma meta razoável que pode ser atingida em 10 anos.

O ministro afirmou que o Brasil elevou suas despesas na área militar nos últimos anos, mas acrescentou que isso não significa que mais investimentos não sejam necessários.

O orçamento brasileiro para este ano reserva R$ 18,5 bilhões para as Forças Armadas, quase o triplo dos R$ 6 bilhões usados em 2005.

Segundo Amorim, esse aumento permitiu ao Brasil iniciar projetos para reequipar e modernizar as Forças Armadas, como o destinado a construir cinco submarinos, um deles nuclear.

O ministro também mencionou os projetos para a construção de uma corveta e novos navios patrulhas para a Marinha; o desenvolvimento de um novo blindado para o Exército que substitua os antigos modelos Cascavel e Urutu, e a construção do cargueiro militar KC-390 para substituir os Hércules C-130.

Amorim explicou que estes projetos foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento, o que não garante necessariamente mais verbas, mas assegura que não haverá contingenciamento de recursos.

O ministro lembrou que a falta de orçamento paralisou a licitação lançada pelo governo há uma década para adquirir 36 caças-bombardeiros, na qual têm interesse a americana Boeing, a francesa Dassault e a sueca Gripen-NG.

Amorim assegurou que o Brasil está preparado para garantir a segurança durante os grandes eventos que organizará nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Segundo o ministro, a mobilização das Forças Armadas para os grandes eventos terá início no próximo mês, quando 20 mil militares reforçarão a vigilância durante a Copa das Confederações, e será mantida em julho, quando 8.000 soldados farão a segurança durante a visita do papa Francisco pela Jornada Mundial da Juventude.


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