A Comissão Nacional da Verdade promoverá na próxima sexta-feira (10), pela primeira vez, depoimentos públicos de militares acusados de crimes durante a ditadura militar (1964-1985).
Foram convocados Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado e ex-comandante do DOI-Codi-SP entre 1970 e 1974, e o ex-sargento Marival Chaves, que já falou à comissão duas vezes.
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| Ana Carolina Fernandes-9.out.08/Folhapress |
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| Carlos Alberto Brilhante Ustra, no Clube Militar em 2008 |
Um dos advogados de Ustra, Paulo Esteves, afirmou à Folha que seu cliente --alvo de ao menos uma ação judicial na qual é apontado como responsável por mortes e torturas-- só irá caso se sentir fisicamente "seguro".
Se eles não aparecerem, podem incorrer no crime de responsabilidade e acabar sendo levados coercitivamente para depor.
Os depoimentos públicos ocorrem após quase um ano de atividade da comissão, que tem apenas mais um ano para terminar seus trabalhos e entregar um relatório final com a descrição de todas as violações aos direitos humanos da ditadura.
A falta de transparência da comissão tem sido uma das principais críticas ao trabalho do grupo, e motivo de divisão interna.
Membros da sociedade civil, do governo e da própria comissão se dizem também céticos em relação aos resultados que o colegiado de fato alcançará.