Folha de S. Paulo


Duda Mendonça e sócia pedem ao STF liberação de bens

Após o STF (Supremo Tribunal Federal) oficializar nesta sexta-feira (3) a absolvição de 12 réus no julgamento do mensalão, o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes entraram com um pedido para que seus bens sejam liberados.

Os bens do publicitário, estimados em R$ 30 milhões, estão bloqueados desde 2006,

Leia íntegras dos recursos apresentados pelos réus
Saiba quais são as penas de cada réu no julgamento do mensalão

Os dois eram acusados de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Duda foi responsável pela vitoriosa campanha presidencial de Lula em 2002 e, por seu trabalho, recebeu mais de R$ 11 milhões do PT.

Duda e Zilmar foram absolvidos porque a maioria dos ministros entendeu que os pagamentos da campanha de Lula --ocorridos por meio do esquema do empresário Marcos Valério Fernandes-- foram feitos pelos serviços da campanha.

Para os ministros, não ficou provado que ele e sua sócia sabiam da origem ilícita dos recursos.

Depois do julgamento, o publicitário anunciou a fusão de sua agência com a do sociólogo Antônio Lavareda. A união é parte da estratégia de Duda para tentar reverter a debandada de clientes em decorrência do escândalo.

ABSOLVIÇÃO

As absolvições de 12 réus ocorreram porque o Ministério Público Federal decidiu não recorrer da decisão dos ministros do STF, que no ano passado os inocentou. O prazo para recursos terminou ontem.

Inicialmente, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, havia pedido a absolvição, por falta de provas, do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação) e de Antonio Lamas, ex-assessor do PL, que intermediou repasses a parlamentares do ex-PL.

Além de Duda e Zilma, outros oito réus foram inocentados pelos ministros durante o julgamento: o ex-ministro Anderson Adauto (Transportes), Geiza Dias (gerente financeira da SMP&B), Anita Leocádia (ex-assessora Parlamentar), Ayanna Tenória (ex-executiva do Banco Rural), e os ex-deputados João Magno (PT-MG), Paulo Rocha (PT-PA), professor Luizinho (PT-SP).

No julgamento, os ministros confirmaram que houve um esquema de desvio de recursos públicos que, somados a empréstimos fraudulentos, abasteceu a compra de apoio político no Congresso durante os primeiros anos do governo Lula.

Entre os 25 condenados estão o ex-ministro José Dirceu, homem forte do governo Lula, o ex-presidente do PT, deputado José Genoino (SP) e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

Todos os condenados recorreram contra as condenações, alegando omissões, contradições e obscuridades nos votos do mensalão.

Editoria de Arte/Folhapress

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