Folha de S. Paulo


Em protesto contra projeto, Gurgel fala em 'festa da corrupção'

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta sexta-feira (26) que "a corrupção e a impunidade farão uma grande festa" no caso de aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 37, que pretende tirar o poder de investigação do Ministério Público.

Gurgel afirmou que irá conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

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Sérgio Lima - 7.jan.2013/Folhapress
Roberto Gurgel, procurador-geral da República
Roberto Gurgel, procurador-geral da República

Segundo ele, a conversa servirá para reiterar "a grande preocupação de todos os componentes do Ministério Público [com a proposta], que mutila a instituição".

O procurador-geral criticou a PEC, que submete as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) ao crivo dos congressistas. A proposta foi aprovada esta semana pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

"A proposta gera grande perplexidade do ponto de vista constitucional. É uma iniciativa que praticamente inviabiliza o controle de constitucionalidade pelo STF e parece atingir o fundamento da questão da separação dos poderes", disse ao participar de evento da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Na opinião de Gurgel, "há uma linha de coerência" entre as duas propostas. "Ambas atacam instituições do sistema de Justiça."

Segundo ele, não há crise entre Poderes no Brasil. "A nossa democracia está em um estágio de maturidade que eventuais rusgas serão superadas em nome da harmonia", afirmou.


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