Folha de S. Paulo


Protesto contra Feliciano tem beijaço e casamento gay; quatro são detidos

Em mais um dia de protestos contra a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, manifestantes promoveram um beijaço gay e simularam dois casamentos homoafetivos em frente ao Congresso Nacional.

Quatro manifestantes foram detidos pela Policia Legislativa após fixarem na janela do 15º andar do prédio da Câmara uma bandeira com o símbolo do arco-íris. Eles foram conduzidos para prestar esclarecimentos.

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Feliciano também encontrou protestos pelos corredores da Câmara. O deputado deixou ativistas contrários a ele do lado de fora da comissão, mas um grupo de 60 pessoas foi autorizado a permanecer com cartazes em sua defesa.

O deputado foi bastante aplaudido ao entrar na comissão. Alguns aliados fizeram discurso de desagravo com ataques aos ativistas.

Feliciano chegou a dizer que recomendou aos seguranças que analisassem o perfil das pessoas que queriam assistir a comissão.

As críticas do deputado foram rebatidas por Antônio José, servidor ligado a entidades rurais. "Isso aqui é uma grande farsa. Eu quase não consegui entrar." Ele foi retirado por três seguranças a força, levando empurrões.

Feliciano criticou, mais uma vez, os protestos. "Eu sinto que há um desejo de desestabilizar a nossa comissão."

Para o deputado, o tom dos protestos, que chegou a ter palavrões, não é democrático e "não faz parte do comportamento de pessoas de bem".

Feliciano disse que tentou procurar os parlamentares ligados aos direitos humanos que deixaram a comissão por sua presença no comando do colegiado. "Não tem acordo. Eles dizem que são extremos."

INVESTIGAÇÃO

A Câmara informou que os quatro estudantes serão investigados porque, depois de tentarem colocar uma segunda bandeira na janela de uma das salas, fecharam uma sala onde funciona uma copeira.

A Polícia Judiciária da Câmara vai investigar se a copeira ficou trancada ou se a porta foi apenas fechada, sem chave.

Os policiais querem saber se houve invasão do ambiente de trabalho dos servidores.

Os estudantes não foram presos, apenas foram conduzidos à Polícia Judiciária para prestar depoimento. Mas, eles utilizaram o direito constitucional de ficar calado e não chegaram a prestar depoimento.

Os detidos apenas assinaram o Termo de Compromisso de Comparecimento. Foi aberto o Boletim de Ocorrência 112/2013.

A Polícia Judiciária tem até 30 dias para concluir o caso. Se entender que houve contravenção penal, um termo é encaminhado para a Justiça Federal.

Nesse caso, não há inquérito, porque não se trata de crime com pena superior a 2 anos.


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