Folha de S. Paulo


Promotores acompanharão investigação sobre mortes de jornalistas em MG

Cinco promotores foram nomeados para acompanhar as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais sobre as mortes de dois jornalistas, nas últimas seis semanas, na região do Vale do Aço.

Há indícios de que policiais estejam envolvidos nesses e em outros assassinatos que ocorreram na região, segundo a chefia da Polícia Civil mineira. A corregedoria da corporação e o comando do Departamento de Homicídios de Belo Horizonte conduzem as apurações.

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Dois policiais civis--um investigador e um médico legista-- já estão presos. Em princípio a prisão deles não tem relação com os assassinatos do repórter Rodrigo Neto de Faria e o do repórter fotográfico Walgney Carvalho, que investigavam crimes supostamente praticados por policiais.

Há pedidos enviados à Justiça para a prisão de outros policiais, civis e militares.

A chefia do Ministério Público designou para os casos os três promotores que atuam nas cidades contíguas de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, um promotor de BH e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa dos Direitos Humanos e de Apoio Comunitário, Nívia Silva.

Eles irão acompanhar os trabalhos da polícia, mas estão impedidos de falar sobre as investigações. O motivo é que as investigações correm sob sigilo, segundo a Procuradoria Geral de Justiça.

Em razão das mortes dos jornalistas, toda a cúpula da Polícia Civil na região do Vale do Aço foi trocada. Um delegado-corregedor assumiu o comando.

"A vinda do delegado-corregedor, mesmo que interinamente, dá a dimensão das mudanças que estamos fazendo e sinaliza claramente a nova fase que estamos iniciando", disse Cylton Brandão, chefe da Polícia Civil de Minas.

A região do Vale do Aço leva o nome por causa do conglomerado siderúrgico que abriga, com empresas como a Usiminas. É uma região economicamente importante no Estado. O chamado colar metropolitano do Vale do Aço, com 26 municípios, tem 615 mil habitantes.


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